Senhores Cartolas: a elitização dos estádios é falta de caráter. E de inteligência também.

24 Resultados

  1. Que texto! Deu pra me sentir representado. Principalmente pela raiva que tenho dos termos em inglês.

  2. Julio Cezar de Carvalho disse:

    O futebol começou como esporte das classes mais abastadas, posteriormente, popularizou-se e gerou muita revolta e desavenças entre os clubes, não só pela entrada de negros nos times, como querem fazer parecer grande parte da mídia, mas, e principalmente, pela profissionalização e, consequentemente, a massificação do futebol. Agora, parece que estão querendo devolvê-lo ao seu berço.
    Curioso nesta história é que o Fluminense, tido e havido como o mais aristocrático dos clubes, é hoje o clube que pratica um dos menores preços de ingressos no Brasil.

  3. Caio1981 disse:

    Lucio, vc é bom demais. Faz muita falta no bate bola. SRN

  4. Matheus SCHAEFER disse:

    Perfeito.

  5. Andre disse:

    Lucio de Castro, texto perfeito como sempre.

  6. Lúcio, infelizmente essa sua profecia já se concretiza nos bancos escolares. Sou professor e vejo crianças do primeiro ano do ensino fundamental discutirem sobre Barça ou Madrid. Em casos mais extremos nem mais dos times falam, mas sim de seus astros como Cristiano Ronaldo, Messi ou Ibrahimovich. Quando não é essa abominação que vejo em algumas classes também há aqueles meninos e meninas que simplesmente desprezam o futebol (e muitos deles o próprio esporte em geral) para falar do video game ou do novo ídolo youtuber. Times daqui de São Paulo já ficam em segundo, terceiro ou em nenhum plano entre os pequenos. Uma lástima conseguida com muito apuro e prazer pelos cartolas, redes de tv e políticos sanguessugas da nação que um dia foi chamada de “país do futebol”.

    • Michel Franco disse:

      Caro colega. Também sou professor, na rede estadual do Rio e ontem (29/08/17) fui abordado por um aluno do primeiro ano me perguntando para que time eu torço “lá fora” falei que torço apenas pelo Flamengo e todos os alunos ficaram abismados: -como assim professor? Todos torcem para algum tipo lá fora.
      Muitos já dizem torcer apenas para um clube e grande parte é “Barça” ou “madridista”. É algo que vem acontecendo a muito tempo. Mas o raciocínio é esse mesmo, ver apenas pela tv Barcelona ou Real Madrid ou Flamengo e Vasco da na mesma, e escolho o melhor. Futebol não se trata do melhor e sim das coisas que, nós amantes do futebol, e logicamente de um clube temos: paixão. Bem, ao final pedi para um dos alunos cantar uma música de arquibancada do Barcelona e a resposta que recebi foi: -Lá eles nao cantam, só aplaudem….

    • Felipe disse:

      E isso não pode ser porque hoje se tem muito mais acesso para acompanhar o futebol de fora?!

      Na minha época de criança eu nem sabia o que era liga dos campeões! Hoje em dia o acesso a internet, TV a cabo e a própria TV aberta passando esses jogos e sempre falando desses times fazem com que essa geração tenha essa ideia!

  7. Rafael Trindade disse:

    Muito obrigado Lucio de Castro e Mauro Cezar por fazerem isso pelo nosso futebol, ou seja, não deixá-lo morrer. Esse texto expõe certamente a minha opinião, mas infelizmente não a de quem comanda o futebol brasileiro.

  8. Pinamorim disse:

    Excelente, Lúcio.
    Tristes trópicos. Onde, um dia, os geraldinos se esbaldavam, hoje, almofadinhas tiram “selfies”. E posam de europeus e afins.

  9. Professor Marcelo Cabral disse:

    Excelente texto. Você poderia fazer uma conexão com a atual dietriz das tv, que adotaram um modelo altamente concentrado nas distribuições das cotas. Ao fla, ao timao, mais um ou outro, tudo. O que pretendem? Descaracterizar ainda mais nosso futebol. A morte de clubes tradicionais, que muito mal administrados ratificam a postura da TV. Ou seja, um campeonato de dois ou três clubes fortes e os demais meros coadjuvantes. Qual a inteligência disso? Qual o destino final? O fim do futebol brasileiro, que hoje só é disputado nas telas do vídeo game, pois até os campos de pelada acabaram.

  10. Cristina Gaertner disse:

    Bom dia. Li com atenção o texto acima e confesso que por algumas vezes dei razão ao autor, mas por outro lado tenho que admitir que não tem como negar que os tempos mudaram e quem insiste “parar no tempo”, corre o risco de ficar pra trás. Vejo tudo isso com preocupação mas convenhamos que o clube que mais tem tido problemas com o público em estádio é o Flamengo e não é porque os ingressos são os mais caros, pois temos outros clubes com ingressos elevados mas que conseguem ter ótimas médias de público. É da cultura do rubro negro discordar, boicotar, reclamar etc…O flamenguista cobra muito, exige bastante, mas na hora de chegar junto, onde estão? Onde estão os quarenta milhões que não se adequaram ainda ao ST, fazendo com que o mais querido amargasse uma colocação pífia no ranking? Por tudo isso, acho que se a diretoria reservasse um setor para preços populares, “talvez” a tal “Nação” se mobilize e volte a frequentar os estádios. Uma última observação: Já ouvi de vários atletas que é desestimulante jogar em estádios vazios. Então não adiante cobrarem resultados se não querem ajudar. Por anos a fio meu querido Flamengo sofreu com diretorias corruptas e ineficientes e agora, que a galera acostumou-se com a paz no clube, resolvem boicotá-lo tirando as forças de quem lá está nos representando (e muito bem) em campo e fora dele. De uma rubro negra distante, acompanhando de longe diariamente e com muito amor, tudo o que acontece ao mais querido.

  11. Olivio Petit disse:

    Lucio, da mesma forma que vc, brilhantemente, explica como os Zé Ruela estão acabando com o prazer do gozo coletivo nos estádios, outra área de “novidades excludentes” me chama atenção faz tempo: é a letra miúda, fina, cinza e em fundo branco. Clean, pra usar o jargão dessa rapaziada. Nós , senhores de idade, que gostamos da escritura crítica e não fugimos de textos longos – desde que alinhavados ao nível do último gol da famosa Copa de 70, como você faz e muito bem – mereceríamos uma letra um pouco mais escura e, ou, grossinha. Não precisa ser uma falta do Moisés nos primeiros cinco minutos do jogo, mas pode ser mais forte e segura, talvez como um “chega pra lá” do Brito no Jairzinho, dois craques de diferentes características pessoais, que, ao seu modo, levantavam a galera. Essa modernidade estética, acredito, pode estar deixando muitos de nós, formadores de paixões clubísticas, outrora conhecidos como Arquibaldos e Geraldinos, um pouco afastados de suas opiniões, que também são as nossas. Don´t give up ! Abração.

  12. Lucas Fonseca disse:

    Não tem como discordar do texto. Apenas um detalhe, existe sim “a emoção e o sentimento único de se sentir parte, de se sentir capaz de mudar o que está sendo jogado com seu grito, com seu xingamento, com seu aplauso” no torcedor de TV.
    Felizmente vivenciei isso no sofá com o meu Pai e agora estou vivendo com os meus filhos no interior de Minas.

    Sendo na verdade outro argumento para o texto, pois sempre queremos ver as arquibancadas lotadas, de povo, de se sentir representado pela multidão e pela diversidade.

  13. PAULO MARTINS disse:

    Parabéns pela coragem, um tapa na cara desses cartolas, de pouca inteligência e sensibilidade insólita!

  14. Sidney disse:

    Simplesmente explica tudo…sem mais palavras…

  15. Renato disse:

    Mais um detalhe. Criança não fica até meia noite para assistir futebol. Barcelona e Real, eles assistem à tarde.

  16. Eder Viana disse:

    Texto excelente, porém sou do Acre e esse fenômeno sempre foi vivênciado por aqui com relação aos times do sudeste especialmente RJ na década de 80 e SP na década de 90 até os dias atuais.

  17. G. Malgunas disse:

    Só tem um detalhe, Lúcio: esse mesmo fenômeno sempre aconteceu no Brasil, com torcedores paraibanos, alagoanos, sergipanos, piauienses, tocantinenses, amazonenses, potiguares… enfim, torcedores de fora dos grandes centros que deixavam de apoiar clubes de seus estados pra torcer por clubes de fora. Isso inclusive irrita pernambucanos, baianos ou cearenses, que ficam irritados quando recebem algum time de fora e vêm torcedores de outros locais pra engrossar a torcida contra o time da casa. E quando esses torcedores se revoltavam, colocavam faixas reclamando, muito jornalista formador de opinião dizia que isso era deselegante, era falta de educação, ignorância, enfim… agora esse fenômeno migrou pra Europa e nós, enfim, estamos sentindo o que os estados “periféricos” do futebol brasileiro sempre sentiram. Mas esse é o caminho das coisas. Se antigamente o torcedor de parte do Nordeste queria torcer pelo time que via na TV, agora o garoto do Rio ou de SP quer torcer pelo time que vê com mais seguidores no Instagram, que tem a melhor fanpage do Facebook, que ele pode debater em fóruns de Internet… o futebol sempre andou junto com as mídias. Feliz ou infelizmente, é nessa direção que a bola rola. Acho triste? Acho. Mas não tem volta. Ficar remoendo e se lamentando sobre isso é viver apenas em função da nostalgia e deixar de acompanhar o fluxo.

  18. R FRANCA disse:

    Perfeito,genial.

  19. Hamilton Alvarenga disse:

    Sou de Pouso Alegre, interior de Minas. Raramente vou ao Rio ver o Flamengo jogar. Não tenho condições financeiras para tal. Quinta, dia 07 de setembro irei. Tive que guardar dinheiro, tive que participar do sócio torcedor pro ingresso ficar mais barato, parcelar viagem de ônibus, etc…(serei eu o único pobre dentre os sessenta e poucos mil?). Sei que vou encontrar nas arquibancadas do new Maracana uma “Platéia” esbranquiçada na esmagadora maioria do estádio. E o Flamengo só é o que é hoje por causa do seu torcedor mais humilde, forjado na geral e na arquibancada de cimento, e no caso do meu pai e do meu, torcedores do interior do país, formados pelo rádio de pilha que mais chiava do que transmitia o jogo. A gente vai continuar Flamengo apesar de toda essa modernidade assassina, grotesca. Mas que saudade daquele passado… Meus filhos não viverão o que eu vivi e lamento por eles…Abraço Grande Lúcio!

  20. SAULO JOSE VASCONCELOS FERREIRA disse:

    Não sei o porquê dessa preocupação.
    E os estados aonde os torcedores não possuem identidade com os clubes da sua cidade? Em Goiânia o primeiro time é o Flamengo/ São Paulo /Vasco/ Corinthians/ Palmeiras e depois o Goiás/ Vila ou Atl Go.
    No Nordeste então Flamengo e Vasco disputam a liderança das torcidas.
    Então qual o problema do sujeito torcer para clubes europeus?

  21. Lucas disse:

    Existe uma mesquinharia muito grande por parte dos dirigentes. No caso do Flamengo, por exemplo, como aceitar um estádio com 16 mil lugares (elitizados) para um time de 35 milhões de torcedores? E pior, como aceitar que em jogos importantes da PRIMEIRA DIVISÃO o clube não consiga enchê-lo? É uma vergonha o presidente Eduardo Bandeira (que até faz uma ótima gestão, se comparado aos outros dirigentes brasileiros, como Aidar, Patrícia Amorim e Vitório Píffero, por exemplo) excluir a massa flamenguista dos estádios!!

  22. Mauricio Carrilho disse:

    Meu caríssimo Lúcio de Castro, acabou agora Flamengo 1×1 Cruzeiro. Pela primeira vez em meus 60 anos de idade tive vergonha de ser Flamengo. Que porra de torcidinha de merda foi aquela? Só causou confusão e ficou calada os últimos 10 minutos de jogo! Esse Flamengo nutella pode ficar rico, ganhar todos os concursos de eficiência de gestão, comprar terreno, construir estádio, mas nunca vai ser o Flamengo que meu pai me contou, ensinou amar, e me levou pra ver até eu aprender seguir por conta própria. Não é o que eu ensinei a meus três filhos seguir. Não queremos a volta dos bandidos corruptos à diretoria mas precisamos que o Bandeira reveja, reconsidere, arranje uma brecha que seja de participação popular nos nossos jogos.
    Estamos perdendo a mística, e pro Flamengo a mística é tudo.

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