Com as atenções do país voltadas para o “Bebbianogate”, Eletrobras antecipou nomeação de preposta de Jorge Paulo Lemann na direção da estatal
No apagar das luzes da última sexta-feira, enquanto as atenções do país estavam todas voltadas para o “Bebbianogate” que se desenrolava em Brasília, o presidente de Eletrobras oficializou uma nomeação de expressivo significado e que aponta para os planos de privatização da empresa.
Elvira Baracuhy Cavalcanti Presta foi escolhida para a Diretoria Financeira e de Relações com Investidores da estatal.
A nomeação de Elvira Baracuhy Cavalcanti Presta (foto abaixo) é estratégica nos movimentos do presidente Wilson Pinto Jr, que vem trabalhando desde a nomeação no governo Michel Temer para a privatização da empresa. Chegando, como mostrou reportagem da Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo em 24 de abril de 2018, a pagar uma agência de comunicação para que a grande imprensa falasse mal da estatal, acelerando assim o processo.
A nova diretora financeira é o braço dentro da estatal do homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann, que tem interesses na privatização da empresaA nova diretora financeira é o braço dentro da estatal do homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann, que tem interesses na privatização da empresa. E que emplaca agora a diretora financeira da estatal.
A presença da nova diretora como preposta de Jorge Paulo Lemann veio de forma gradual. Em 27 de março de 2018, foi nomeada para o Conselho de Administração da Eletrobras pela gestora de recursos 3G Radar, de Lemann. No último 11 de janeiro, o Conselho de Administração escolheu Elvira para a diretoria financeira mas sem comunicar ao mercado.
Dezoito dias depois da nomeação silenciosa, em 29 de janeiro, a Eletrobrás anunciou que a 3G Radar aumentou sua participação na empresa, antes na casa dos 10%, e que passou a deter naquela data 38.886.500 (trinta e oito milhões, oitocentas e oitenta e seis mil e quinhentas) ações preferenciais, aproximadamente 14,65% das ações preferenciais da companhia.
E nesta última sexta-feira, 15 de fevereiro, anunciou a representante da 3G no Conselho de Administração para o cargo de diretora financeira da estatal.
Cronologia
27/3/2018 – Elvira Presta é nomeada para o Conselho de Administração da Eletrobras pela gestora de recursos 3G Radar, de Jorge Paulo Lemann
11/1/2019- Conselho de Administração escolhe Elvira pra diretoria.
29/1/2019 – A Eletrobrás comunica ao mercado que a 3G Radar passou a deter naquela data 38.886.500 (trinta e oito milhões, oitocentas e oitenta e seis mil e quinhentas) ações preferenciais, aproximadamente 14,65% das ações preferenciais da companhia.
15/2/2019- A Eletrobras oficializa sem maiores alardes Elvira Baracuhy Cavalcanti Presta para o cargo de Diretora Financeira e de Relações com Investidores :
De acordo com apurado pela reportagem, a oficialização na última sexta-feira sem maiores alardes de uma nomeação que estava guardada discretamente na mesa de Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, desde o dia 11 de janeiro foi acelerado pelo receio do presidente da estatal de que o cargo vago na Diretoria Financeira e de Relações com Investidores da empresa viesse a ser usado em alguma barganha eventual com o até aqui ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebbiano. Para afastar o temor, anunciou-se a nomeação.
Outro lado:
A reportagem enviou para Eletrobras, através da assessoria de imprensa, questões sobre eventual conflito de interesses na nomeação da representante de um acionista privado para a diretoria financeira. E ainda procurou saber a razão do anúncio feito no fim de uma sexta-feira. Segue a resposta:
“Não há qualquer incompatibilidade na nomeação de Elvira Presta como Diretora Financeira e de Relações com Investidores. A Eletrobras possui um processo de avaliação de candidatos aos cargos de direção muito robusto e todos os diretores e conselheiros atendem rigorosamente à Lei 13.303. O anúncio foi feito na sexta-feira por ter sido este o menor prazo possível após a conclusão de todas as etapas do processo de elegibilidade de diretores: análise de integridade e conflito de interesses, aprovação dos órgãos federais – MME e Casa Civil -, aprovação do comitê de elegibilidade do Conselho de Administração, e aprovação do Conselho de Administração”.
É incrível o poder de articulação desse atual governo. As rédeas parecem estar verdadeiramente nas mãos de Lorenzoni e Guedes… O Brasil, definitivamente está a merce de grandes oligarcas como Lemann e pseudos Robin Hoods. A proposta de corrupção é sempre a mesma, o que muda aqui nessa terra tupiniquim são apenas os atores.
Ainda bem