A “Confraria do Vinho” e o que une Aécio e Cabral
Chama-se de interseção a “operação por meio da qual se forma o conjunto de todos os elementos que pertencem simultaneamente a dois ou mais conjuntos”. Revelada no início do mês em denúncia do Ministério Público Federal( MPF)-RJ contra Marco Antônio de Luca, a turma que se reunia para degustar vinhos caros em volta de Sérgio Cabral e apresentada na peça como “Confraria do Vinho”, tinha entre seus enófilos também alguns habitantes da esfera de Aécio Neves.
Como o empresário Alexandre Accioly, compadre de Aécio Neves, e, segundo os e-mails revelados pela Força Tarefa da Lava Jato, também degustador ao lado do ex-governador (ver resposta do empresário abaixo). E Fernando Cavendish, muito próximo a Cabral, e que chegou a ser preso em junho de 2016 na “Operação Saqueador”, que apontou desvio de dinheiro público através da empreiteira Delta Construções, anfitrião de festas onde Aécio estava presente.
De acordo com as comunicações interceptadas com autorização da justiça pela Força-Tarefa, completavam a “Confraria do Vinho” outros empresários, como Célio Pinto de Almeida e Marco de Luca, além dos participantes da administração pública como o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e os ex-secretários , Wilson Carlos, Régis Fichtner, Sérgio Cortez, Sérgio Dias (municipal), o ex-servidor Yan Saguez e a chefe de cozinha Ana Rita Menegaz (Reportagem segue depois do documento. Ver quadro no pé sobre os integrantes).
Entre os integrantes da “Confraria do Vinho” também existe interseção com a “República de Mangaratiba, como Wilson Carlos, Sérgio Cortez (presos) e Fernando Cavendish (em prisão domiciliar).
Há um outro da “República de Mangaratiba”, não citado nos e-mails como participante da “Confraria do Vinho” mas que é a expressão maior desse pertencer aos dois mundos e interseção mais visível quando os conjuntos em questão se chamam Sérgio Cabral e Aécio Neves. É o empresário George Sadala. Ao lado de Arthur Soares, o Rei Arthur, os únicos soltos até o fechamento desta edição entre os integrantes do condomínio de praia que deu nome a tal república. Além da República de Mangaratiba, Sadala fez parte de outra turma do ex-governador, agora preso: a famosa Turma do Guardanapo, que fazia algazarra em um restaurante caro de Paris no ano de 2009.
Em dezembro de 2007, o nababesco casamento de George Sadala agitou o high society carioca. Cerimônia na Candelária e festa no Copacabana Palace. Aécio estava no altar como padrinho, assim como Alexandre Accioly. Cabral estava na primeira fila, como conta reportagem da Revista Caras daquele mês. E representado no altar pelo filho, pajem junto com o primogênito de Accioly (na foto desta reportagem, Sadala está ao centro. Da esquerda para a direita: Aécio Neves, a ex Andréa Falcão, Sadala, Adriana Ancelmo e Sérgio Cabral).
A foto e o casamento são de exatos dez anos atrás, com a “República de Mangaratiba” ainda não desvendada e quando falar sobre as relações com George Sadala permitia orgulho e demonstrações de afeto e intimidade. “Gê é uma das poucas unanimidades que conheço”, disse então Aécio para a revista. “Gê” é George Sadala. Até o Padre Jorjão deu atestado de bons antecedentes para “Gê”: “Conheço a história deles, são como filhos”, afirmou.
Já Sérgio Cabral, ao lado de Adriana Ancelo, discorreu sobre o amor: “Conheço Gê há uns quatro anos. Ficamos felizes pela escolha. Em uma relação é fundamental ter amor, compreensão e companheirismo”, disse. Entre convidados e agora investigados ou réus na Lava Jato, também estava o deputado federal Júlio Lopes.
“Gê” transitou com absoluta desenvoltura pelo salão como pelos negócios angariados com dois dos seus convidados, Sérgio Cabral e Aécio Neves.
No Rio, fez parte do do Consórcio Agiliza, responsável por administrar o sistema Poupatempo na cidade. Sadala venceu em 2009 a primeira licitação para o Poupa Tempo. De 2009 até 2012, de acordo com reportagem publicada no Jornal O Globo, “os negócios dele evoluíram no estado: recebeu R$ 3,3 milhões em 2009, R$ 22,4 milhões em 2010, R$ 24,2 milhões em 2011 e, este ano, R$ 6,9 milhões. Ele também é dono da GGS Empar Empreendimentos e Participações e da Lavoro Factoring. Esta última chegou a apoiar projetos do Rio Solidário, entidade presidida pela primeira-dama, Adriana Ancelmo”.
Nos anos Cabral e Aécio, Sadala foi também correspondente bancário do BMG (ex-Banco de Minas Gerais) no Rio, operando principalmente na área dos empréstimos consignados. Na reportagem citada, o empresário afirma que se limita a atuar no setor privado. O BMG, no entanto, é líder de empréstimos consignados a servidores do estado, ficando a frente até mesmo do Bradesco, banco oficial que tem lojas na maioria das repartições estaduais.Nos anos Cabral, o BMG tinha cerca de 25% do total de empréstimos consignados feitos a servidores do estado, o equivalente a R$ 35,7 milhões dos R$ 142 milhões descontados em folha naquele mês.
Em Minas, o equivalente ao Poupatempo foi batizado de Unidade de Atendimento Integrado (UAI), explorado também por consórcio onde Sadala é sócio, foi implementado em junho de 2010, três meses depois de Aécio ter deixado o governo para disputar uma vaga no Senado. O sucessor e correligionário, Antônio Anastasia, abriu uma licitação para conceder por meio de uma parceria público-privada a implantação e a gestão de postos do UAI pelo Estado, como vitória do grupo de Sadala.
A concessão tem duração de 20 anos e o valor anual do contrato é de cerca de R$ 15 milhões, informou ontem o governo de Minas,em total de R$ 300 milhões. O consórcio é responsável por implantar e gerir unidades da UAI nos municípios de Betim, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Uberlândia e Varginha.
Sadala foi morar na Avenida Vieira Souto, beira-mar de Ipanema, depois do crescimento dos negócios em Minas e no Rio, em apartamento que pertencia a Cavendish. A reportagem do Globo diz que, segundo o empresário, o imóvel foi comprado em 2008 por R$ 4,6 milhões.
As íntimas ligações entre Cabral e Aécio se perdem no tempo e vão muito além das interseções do presente.As íntimas ligações entre Cabral e Aécio se perdem no tempo e vão muito além das interseções do presente. Em 1984, então com 21 anos, Cabral foi um dos coordenadores do comitê no Rio da campanha de Tancredo Neves para presidente, que, frustradas a emenda das eleições diretas, virou um escritório de campanha para o pleito indireto. Naquela ocasião se aproximou e ficou muito próximo a Aécio Neves, neto de Tancredo. Foi também quando conheceu a primeira mulher, Suzana Neves, prima do senador mineiro e muito próximo a um tio da ex-mulher, Francisco Dornelles.
Nos anos que se seguiram, estiveram sempre por perto. Nas constantes viagens de Aécio ao Rio, na turma de amigos de lazer e de negócios em comum. A reportagem enviou ao senador Aécio Neves questões relativas aos personagens da “Confraria do Vinho” próximas a ele, sem obter resposta.
A CONFRARIA DO VINHO:
SÉRGIO CABRAL- Ex-governador do Rio de Janeiro entre 2007/2014. Atualmente preso no âmbito da Operação Lava Jato por corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Era o líder da “República de Mangaratiba”, como passou a ser chamado o grupo de 8 pessoas que eram vizinhos ao político no Condomínio Portobello, formado por secretários de governo (também presos) e empresários que tinham negócios com o estado. Integrantes: Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes, Wilson Carlos, Marco de Luca, Benedicto Júnior, Fernando Cavendish (prisão domiciliar), Arthur Soares e George Sadala (só os dois últimos soltos até o fechamento desta edição). Alguns da “República de Mangaratiba” estavam também na “Turma do Guardanapo”, como Cavendish, Côrtes e Wilson Carlos. No restaurante de Paris onde celebravam alegremente a impunidade em 2009 com guardanapos na cabeça, também estavam Sérgio Dias e George Sadala, sendo estes também da “Confraria do Vinho”.
OUTRO LADO: A reportagem não conseguiu contato com a defesa do ex-governador preso em Benfica (RJ).
CÉLIO PINTO DE ALMEIDA- Empresário, dono, entre outras, da Pepira Empreendimentos e Participações e da In-Mont Participações e proprietários de shopping centers, além de sócio na Enoteca Fasano. Considerado um dos maiores colecionadores de vinho do mundo, como afirma reportagem da Folha de São Paulo de 30 de setembro de 2015, onde é chamado de “personagem único no mundo do vinho” por um proprietário de vinícola espanhola. No dia 24 de outubro de 2011, de acordo com os e-mails interceptados pela Força Tarefa da Lava Jato com autorização judicial, Célio, Cabral, com os demais integrantes da “Confraria do Vinho” copiados, combinam uma degustação. Na troca de e-mails, Célio Pinto de Almeida avisa que os “os vinhos já estão separados”. Nas eleições de 2016, doou cem mil reais para a campanha do deputado estadual Carlos Roberto Osório (PSDB) para a prefeitura. Em 2013, participou das negociações junto ao prefeito Eduardo Paes para que o Botafogo ganhasse um terreno para construção de centro de treinamento em Vargem Grande, sendo homenageado pelo então presidente alvinegro Maurício Assumpção.
OUTRO LADO: A reportagem enviou as questões acerca da “Confraria do Vinho” ao empresário mas não obteve resposta.
ALEXANDRE ACCIOLY- Dono de uma rede de academias e empresário da área de entretenimento. Compadre de Aécio Neves. Em abril, foi citado pelo ex-diretor da área de energia da Odebrecht, Henrique Serrado do Prado Valladares, como intermediário de vantagens indevidas pagas ao político mineiro. O pagamento teria ocorrido em troca de apoio ao consórcio da Odebrecht com a Andrade Gutierrez que disputou o leilão das usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira. Segundo ele, uma das parcelas do pagamento teria sido transferida a conta associada a Accioly e registrada em Cingapura. Valladares e Marcelo Odebrecht relataram à Lava-Jato que o apoio do tucano ao consórcio foi pago com R$ 50 milhões, dos quais R$ 30 milhões teriam ficado sob responsabilidade da Odebrecht e outros R$ 20 milhões da Andrade. A íntegra dos depoimentos e dados do inquérito foram divulgados então. Na ocasião, de acordo com reportagem do jornal O Globo, Aécio e Accioly negaram a acusação. No e-mail entre os participantes da “Confraria do Vinho”, Accioly é o segundo destinatário da relação de Sérgio Cabral, depois do organizador dos vinhos, Célio Pinto de Almeida.
OUTRO LADO: A reportagem entrou em contato com o empresário através da assessoria de imprensa, que respondeu: “Esclarecemos que Accioly não faz parte desse grupo e nunca tomou vinho com o ex-governador”.
SÉRGIO DIAS- Foi secretário municipal de urbanismo na gestão de Eduardo Paes. Integrante da “Turma do Guardanapo” que estava em Paris com Sérgio Cabral. Junto com Wilson Carlos, também do “Guardanapo”, viajou para ilha de Saint Barthelemy, no Caribe, em 2011, no exercício do cargo, como mostrou reportagem do colunista Lauro Jardim, no jato particular do empresário Saulo Wanderley Filho, dono da empresa Cowan, uma das empreiteiras do consórcio que construia a Linha 4 do metrô, obra do estado. A prefeitura também tinha contrato vigente com a Cowan.
Em 2012, um ano depois da viagem de Sérgio Dias, a concessão por 30 anos do serviço de coleta e tratamento de esgoto da prefeitura na Zona Oeste foi entregue ao Consórcio Foz/Saab, composto pela construtora Cowan e outras incorporadoras. O consórcio foi declarado vencedor da licitação, elaborada pela prefeitura, em janeiro de 2012; e para isso, pagou uma outorga de R$ 84,2 milhões. A concorrência abrangia 21 bairros da região, e o valor que cada morador pagasse pela conta seria em parte repassado ao consórcio responsável.
OUTRO LADO: A Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo não conseguiu contato com Sérgio Dias. Na ocasião da reportagem de Lauro Jardim, a Secretaria Municipal de Urbanismo respondeu em nota que Sergio Dias, antes de assumir o cargo de secretário, tinha relações de amizade com a família de Saulo. A nota afirmava ainda que a secretaria “não licita, não licencia, nem fiscaliza obras públicas e de infraestrutura. Por isso, empresa e secretaria teriam áreas de atuação diferentes”. Já a parte de Wilson Carlos, através da comunicação do estado, afirmou na ocasião que “a licitação da Linha 4 foi realizada em 1998 e que, desde 2007, a Cowan não fechou nenhum contrato com o governo”. Ainda na nota, o governo admitia que houve a viagem, de cinco dias, a convite de Saulo Wanderley Filho, dono da Cowan. O texto dizia ainda que “essa foi a única vez que isso aconteceu e que as relações pessoais do secretário não interferem no trabalho no governo e que a viagem do secretário com o empreiteiro aconteceu antes da adoção do Código de Ética, publicado em julho daquele ano (2011).
Em 2014, o viaduto construído como parte das reformas para a Copa do Mundo em Belo Horizonte, construído pela Cowan desabou. Além da obra, a empresa tinha diversas outras no estado, como no Aeroporto de Confins. Nas eleições de 2012, foi doadora de R$ 2,8 milhões para campanhas políticas. Em 21 de setembro daquele ano Michel Temer voou com o jatinho da construtora.
WILSON CARLOS- Foi secretário de governo de Sérgio Cabral. Considerado o braço-direito de Cabral. Membro da “República de Mangaratiba”, da “Turma do Guardanapo” e agora se sabe, da “Confraria do Vinho”. Está preso e divide cela com o ex-chefe em Benfic desde novembro de 2016.
Fiel escudeiro, o agora companheiro de cadeia acompanha o Cabral desde os tempos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Em 1997 assumiu a chefia de gabinete do então deputado estadual e desde então ocupa os cargos de mais confiança do chefe. Coordenou as campanhas do peemedebista em 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014. Era dele o papel de fazer a interlocução com a Assembleia Legislativa, as prefeituras e as demais secretarias. Em delações premiadas, executivos de empreiteiras afirmam que Cabral indicou Wilson Carlos como a pessoa responsável por falar em nome dele, sendo o responsável por ser o operador dos “compromissos”, como o então governador tratava a propina.
OUTRO LADO: A reportagem não conseguiu contato com a defesa do ex-secretário.
RÉGIS FICHTNER- Era Secretário da Casa Civil nos anos Cabral. Além da vizinhança no litoral, também estava na “Turma do Guardanapo” e na “Confraria do Vinho”. De acordo com a delação de Luiz Carlos Bezerra, tido como o “carregador das malas” do esquema, recebeu diversos pagamentos de propina sob o codinome “Alemão” ou “Gaúcho”. Peça fundamental na engrenagem, responsável pelo edital que entregou o Maracanã para a iniciativa privada, assim como os da Linha 4 do metrô. De acordo com informações conhecidas, além dos editais e concessões, um dos pontos que podem complicar o ex-secretário da Casa Civil é o dos precatórios, em que empresas compravam títulos públicos com deságio de mais de 50% e depois usam para abater dívidas com desconto de mais 50%. Fichtner era o único que podia autorizar a transação, que, para muitos analistas, teve peso preponderante na quebra do estado, com inúmeros e já investigados benefícios para grandes empresas. Não está preso.
OUTRO LADO: A reportagem não conseguiu contato com Régis Fichtner. Na ocasião da delação de Bezerra, a defesa do ex-secretário divulgou a seguinte nota:
“Régis Fichtner nunca recebeu qualquer vantagem financeira indevida de quem quer que seja. Pelo contrário, pode comprovar que perdeu patrimônio no período em que se retirou do escritório de advocacia para atuar exclusivamente no setor público”, diz nota de sua assessoria de imprensa. Até o momento, Regis não foi contatado pelas autoridades para tratar do tema, mas reforça que está e sempre estará à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários.”
MARCO DE LUCA- Empresário do ramo de alimentação à frente da Masan, que obtinha diversos contratos com o estado em troca de propina, segundo a decisão do juiz Marcelo Bretas que prendeu o empresário no mês passado. Era chamado por Cabral de “De Louco”, como mostra a correspondência entre os dois interceptada com autorização da justiça. Também era das três turmas de Cabral: “República de Mangaratiba” ,“Turma do Guardanapo” e “Confraria do Vinho”. Reportagens publicadas na Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo mostraram a ascensão do seu grupo nos anos Cabral, como na abertura e expansão dos restaurantes “Riba” e ainda os contratos que obteve com o Comitê Rio 2016:
OUTRO LADO: A reportagem não obteve contato com a defesa do empresário atualmente preso.
FERNANDO CAVENDISH- Dono da Delta Construções, preso em julho de 2016 na Operação Saqueador e desde agosto em prisão domiciliar. Réu na Lava Jato. Interseção também entre as três turmas de Cabral e com laços de proximidade a Aécio e a George Sadala, que, segundo reportagens veiculadas na imprensa, mora em apartamento que era de Cavendish. Em 2016, a Operação Saqueadora revelou que, entre 2007 e 2012, a Delta faturou quase R$ 11 bilhões só com verbas públicas – 96% de todo o faturamento da empresa. Depoimentos de ex-executivos da Andrade Gutierrez mostraram a proximidade de Cabral e Cavendish. Na ocasião, contaram que o então governador concordou que a Andrade Gutierrez entrasse no consórcio da reforma do Maracanã, com a condição de que a empresa acertasse com a Odebrecht os percentuais de participação, já que os 30% da Delta não poderiam ser modificados. Segundo os executivos, o ex-governador pediu, em contrapartida, que as empresas dessem propina consistente de 5% do valor da obra. Em outubro de 2016, reportagem de Chico Otávio (O Globo), revelou que Cabral fez o confrade de vinho pagar anel de R$ 800 mil para a ex-primeira dama Adriana Ancelmo.
OUTRO LADO: A reportagem entrou em contato com o advogado de Fernando Cavendish, que respondeu: “Não comento meus casos judiciais”.
PEZÃO- Foi vice de Cabral entre 2007 e 2014, quando foi eleito como sucessor no governo do estado do Rio, primeiro pela renúncia do então governador, em 3 de abril e depois eleito no fim do mesmo ano. Foi denunciado por recebimento de propina na delação da Odebrecht e de Paulo Roberto Costa, da Petrobras. Dois delatores da Odebrecht afirmam que Pezão recebeu vantagens indevidas pessoalmente e no exterior.
OUTRO LADO: A reportagem enviou pedido de resposta através da assessoria de imprensa do governo do estado, que respondeu por e-mail: “Não vamos comentar”.
SÉRGIO CORTEZ- Ex-secretário de Saúde de Cabral, membro das três turmas do ex-governador e também preso desde maio, na Operação Fatura Exposta, desdobramento da Lava Jato por diversas irregularidades nos contratos da área de saúde. Na ocasião, a Força Tarefa capturou uma mensagem mandada por Sérgio Côrtes para Miguel Iskin, empresário de equipamentos na área da saúde que marcou a operação. O contexto era uma conversa sobre eventual delação do empresário. “Meu chapa, você pode tentar negociar uma coisa ligada à campanha. Pode salvar seu negócio. Podemos passar pouco tempo na cadeia… Mas nossas putarias têm que continuar”.
OUTRO LADO: A reportagem não conseguiu contato.
ANA RITA MENEGAZ- Chefe de cozinha do Senac, mantido pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio), comandada então por Orlando Diniz, amigo de Cabral e detentora de convênios com o governo do estado. No mandato de Cabral, Ana Rita Menegaz foi emprestada pela Fecomercio para o Palácio Guanabara. Em 2014, segundo revelou reportagem da Folha de São Paulo, Orlando e Cabral trocaram e-mails onde Cabral pedia aumento para a chefe de cozinha, com a justificativa de que ela era “sensacional”. Era ela também que preparava os banquetes oficiais do ex-governador, assim como recepções pessoais. O empréstimo de mão de obra da Fecomercio durou até março de 2017, já com Pezão no poder, quando as denúncias de corrupção e de relações promíscuas entre governo e diversas instituições, entre elas Fecomercio, se avolumavam.
Pela troca de mensagens da “Confraria do Vinho”, é possível se depreender que o papel de Ana Rita Menegaz era meramente de chefe de cozinha na turma. Dirigindo-se aos demais após confirmação de Cabral, Célio Pinto de Almeida escreve: “Aguardo confirmação para contactar Ana Rita”, que está copiada na troca entre os membros.
OUTRO LADO: A reportagem não conseguiu contato com a chefe de cozinha.
YAN SAGUEZ- Não existem maiores registros sobre um dos copiados na relação nem de alguma participação em demais atividades do grupo de Cabral. Pelos registros encontrados, é possível saber-se que foi servidor lotado na Secretaria da Casa Civil nos anos de Regis Fichtner, sendo exonerado em 1º de janeiro de 2017.
OUTRO LADO: A reportagem não conseguiu contato.
Muito boa a reportagem.
Pra quem está se perguntando: sim, o tal do Marco Antonio de Luca é parente daquele pentelho da Globo Bruno de Luca. Toda a família do rapaz tem rolo com o Sérgio Cabral. Incrível que ser um mala sem alça não é a pior das características do rapaz…
O tal de Alexandre Accioly não é sócio do ético Bernardinho Resende nas academias Body Tech?