Visita misteriosa de Rodrigo Maia no domingo teve uso de avião da FAB com omissão do motivo
Rodrigo Maia justificou o uso do avião da FAB na vinda ao Rio no último domingo como uma ida para sua “residência”.
No entanto, o destino foi outro, diferente do informado para a Força Aérea e que está nos registros públicos sobre utilização das aeronaves (clique no documento da Aeronáutica abaixo).
A sequência não registrada em agenda oficial ainda tem lacunas.
Eram 10h04 da manhã do último domingo, 17, quando Rodrigo Maia adentrou o Palácio do Jaburu para reunir-se com Michel Temer. De acordo com o noticiado pela imprensa, foram 40 minutos. Na véspera de receber a presidência temporária do país e próximo do congresso receber mais uma denúncia contra o presidente.
Do Jaburu, o número um da linha sucessória do país foi para o aeroporto de Brasília. Decolou às 11h35 com destino ao Rio. Pousando às 13h no Santos Dumont, de acordo com as informações da FAB. Com mais oito no avião.
A bordo do Renault Megane 2007 placa de Brasília JKQ-6711, e outro na escolta, deixou o aeroporto. Levantamento da reportagem mostra que o carro tem registro como da frota da presidência da República.
Às 14h, entrou no edifício Cap Ferrat, na avenida Vieira Souto, Ipanema, às 14h, vestindo informalmente calça jeans e camisa de malha.
Por hora, não é possível saber nem mesmo se os passos do domingo apontam relação entre os encontros no Jaburu e o do Rio. Mas permitem percorrer um caminho, que mostra diferenças entre as alegações oficiais e os destinos.
A reportagem não conseguiu confirmar qual apartamento visitado. O endereço mais luxuoso do Rio, um por andar de frente para praia, é conhecido por ser o preferido de poderosos empresários, pecuaristas e nomes do mercado financeiro e pela abundância de moradores envolvidos em escândalos nos últimos anos. (ver relação de alguns moradores abaixo da foto), já tendo sido em diferentes ocasiões visitado pelos carros pretos da Polícia Federal.
Pouco tempo depois, embarcou de volta para Brasília no mesmo avião da FAB, decolando às 19h55 e pousando às 21h25.
Menos de 48 horas antes tinha estado no Rio, também em voo da FAB. Às 21h40 de quinta, 14, pousou no mesmo Santos Dumont, procedente de Araxá (MG). No dia seguinte, 15, embarcou para Brasília às 16h. Para fazer o bate-volta horas depois, no domingo.
Alguns Moradores do prédio visitado pelo presidente da Câmara dos Deputados:
– André Esteves – dono do BTG Pactual, preso na Lava Jato em 2015 e libertado no mesmo ano para prisão domiciliar, revogada em 2016.
– Alexandre Acciolly – empresário, muito próximo a Aécio Neves, chegou a ser citado na Lava Jato na delação do ex-diretor da área de energia da Odebrecht, Henrique Serrado do Prado Valladares, como intermediário de vantagens indevidas pagas ao político mineiro. O pagamento teria ocorrido em troca de apoio ao consórcio da Odebrecht com a Andrade Gutierrez que disputou o leilão das usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira. Segundo ele, uma das parcelas do pagamento teria sido transferida a conta associada a Accioly e registrada em Cingapura.
– Vittorio Tedeschi- empresário do ramo da mineração, química e medicamentos, preso em agosto de 2005 na Operação Roupa Suja acusado de fraudar licitações para a venda de insumos usados na produção de remédios e retrovirais (coquetel de remédios contra a AIDS)
– José Celso Valadares Gontijo, incorporador e minerador (apartamento era de Sérgio Naya)
– Benedito Mutran Filho- pecuarista, em 2008 esteve no noticiário pela venda, por R$ 85 milhões da fazenda Cedro, de 9 mil hectares, para a Agropecuária Santa Bárbara, de Daniel Dantas. De acordo com o noticiário da época, não era proprietário do imóvel e tinha do Estado apenas a permissão para explorá-lo em regime de comodato.
– João Alberto Machado Alves, dono de estaleiro
– Luiz Gonzaga de Souza Freitas, industrial (setor químico) e pecuarista, aparece nos Panama Papers
– Julio Bozano, empresário
– Alfredo Grumser Filho, mercado financeiro, conhecido por sua atuação na bolsa
– Adalberto Salgado Junior- já esteve preso por suspeita de crime contra a ordem tributária.
– Familiares dos proprietários da Golden Cross
Outro lado:
A reportagem enviou questões para o presidente da Câmara sobre o uso do avião da FAB com destino distinto do alegado, sobre o carro da frota presidencial, sobre o anfitrião do encontro em Ipanema e se a visita tinha relação com a reunião de Temer, sem resposta.
É a lava jato não para Olá, STF andem rápido na investigação. Agora o Temer vai a reunião da ONU falar o que… tem que olhar o seu rabo Renuncie Presidência, Câmara e Senado