Troca de mensagens entre Diack e Nuzman comprovam participação de dirigente na compra de votos
Carlos Arthur Nuzman não foi um mero espectador das transações de suborno que definiram a escolha do Rio como sede dos Jogos de 2016. E-mails apreendidos na Operação Unfair Play no dia 5 de setembro são definitivos para comprovar a participação de Nuzman. Papa Massata Diack, que recebeu depósito de Arthur Soares para votar no Brasil, é categórico em um deles pedindo “ajuda para o processo final” ao presidente do COB em e-mail de 1/2/2010.
Mais do que isso: no dia 11 de dezembro de 2009, dois meses depois da escolha, Diack escreve para Nuzman cobrando depósito que deveriam ter sido feitos já em contas de bancos de Moscou e Senegal (as mesmas usadas nos pagamentos de Arthur Soares):
Em determinado momento, as cobranças de Diack sobem de tom em e-mail para Nuzman:
“Nós estamos na sexta feira, 11 de dezembro de 2009, e meu banco Societe General de Senegal ainda não recebeu nenhuma transferência SWIFT de sua parte. Eu tentei falar com LEONARDO GRYNER diversas vezes mas não houve resposta. Você poderia verificar com ele [LEONARDO GRYNER] se ele pode confirmar 100% que as transferências foram feitas a meus endereços em Dacar ou em Moscou (BSGV) [BanqueSocieté General Vostok)”
A cobrança sobe de tom:
“Tenho encontrado todo tipo de problemas com a implementação/execução do problema anexo”. Ao esclarecer o citado “problema” diz: […] Estou me referindo à sua amável assistência para resolver isso. Nós temos enfrentado de nosso lado todo tipo de constrangimento de pessoas que confiaram no nosso comprometimento em Copenhague. Por favor me dê uma posição final e oficial a respeito de como podemos resolver esse assunto com a satisfação de todas as partes. Por favor aceite as desculpas e mensagem de amizade do meu pai [LAMINE DIACK]. Eu tenho notado a bondade e diligência da Sra. Maria Pedroso que tem se comunicado comigo quase toda semana”.
E depois menciona o acordo com Leonardo Gryner:
Bingo!