Grupo da família do empresário que vendeu mansão de Flávio Bolsonaro obteve no mesmo período R$ 1 milhão no BNDES, contrato com o Banco de Brasília e licenças para mineração
No dia 6 de julho de 2020, a Sarkis Empreendimentos, do grupo Sarkis, obteve um empréstimo de R$ 1 milhão no BNDES. Tendo o Banco de Brasília (BRB) como instituição financeira para concessão do crédito.
No mesmo ano, alguns meses depois, Flávio Bolsonaro obteve um financiamento de R$ 3,1 milhões do mesmo BRB para comprar uma mansão no Lago Sul, Brasília. Em 2 de fevereiro, a operação foi liberada.
Foi quando o filho do então presidente da república adquiriu a propriedade de Juscelino Sarkis, primogênito de Simão Sarkis, patricarca do grupo e sócio da Sarkis Empreendimentos. Valor anunciado de R$ 6 milhões. A venda da casa foi através da imobiliária RVA Construções e Incorporações, do herdeiro.
Os bons negócios dos Sarkis com empresas ligadas aos governos de Jair Bolsonaro e de Ibaneis Rocha no período não acabaram por aí.
Em 5 de Setembro de 2022, a Sarkis Mineração, do mesmo Juscelino, conquistou contrato do BRB referente a compra de brita para execução da pista do autódromo da capital federal no valor de R$ 1.102.500,00 (um milhão, cento e dois mil e quinhentos reais).
Nesse período do governo Bolsonaro, entre 2021 e 2022, a mineradora do vendedor da casa do 01 obteve 8 processos de licenças de mineração na Agência Nacional de Mineração, ligada ao ministério de minas e energia.
CRONOLOGIA
6 de julho de 2020 – A Sarkis Empreendimentos obtém R$ 1.000.000 (um milhão de reais) de empréstimo no BNDES, tendo o BRB a instituição financeira credenciada para o empréstimo
2º semestre de 2020 – Flávio Bolsonaro entra com pedido de financiamento da mansão no BRB
29 de janeiro de 2021 – Escritura da venda da RVA Construções e Incorporações S.A. (Juscelino Sarkis) para Flavio Bolsonaro
5 de Setembro de 2022- Assinatura contrato de R$ 1,1 milhão do BRB pra compra de insumos com a Sarkis Mineração
2021 e 2022- A Sarkis mineração obtém 8 licenças obtidas no período
O BNDES era presidido por Gustavo Montezano, muito ligado e indicação direta de Flávio Bolsonaro, que chegou a participar de reuniões apresentando empresários ao amigo presidente do banco de fomento. Como em 13 de outubro de 2020, quando o senador participou de uma videoconferência abrindo portas para Francisco Maximiniano, o dono da Precisa Medicamentos, envolvido no escândalo das vacinas Covaxin durante a pandemia.
Já Ibaneis Rocha, governador do DF até domingo, 8 de janeiro, quando foi afastado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, é aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro e também próximo aos Sarkis. O BRB é um banco estatal, constituído como sociedade de economia mista e participação do governo do Distrito Federal como maior acionista.
CONDIÇÕES AMIGÁVEIS DE FINANCIAMENTO
A suntuosa mansão comprada por Flávio Bolsonaro fica em condomínio no setor de mansões Dom Bosco, Lago Sul. É equipada com suítes e suíte master, academia, brinquedoteca. Piso e todas as varandas de mármore, sala ampla com pé direito duplo e cortina automatizada na sala. Sauna integrada à piscina, área gourmet, churrasqueira e forno de pizza.
Diversas reportagens publicadas na ocasião mostraram que, de acordo com a escritura, o valor avaliado da propriedade era maior que o pago pelo senador: R$ 6,15 milhões. Foram pagos à vista R$ 2,87 milhões. Os R$ 3,1 milhões restantes foram financiados em 360 meses pelo BRB, com taxa de juros nominal de 3,65% ao ano. Um valor abaixo da inflação, que ficou em 4,52% em 2020. Outra controvérsia na ocasião se deu porque o senador tinha R$ 28.307,68 de renda e sua mulher, R$ 8.650. A prestação consumiria 49% dos ganhos do casal. O valor somado das rendas de Flávio e da mulher (R$ 36.957,68) era menor que o mínimo exigido pelo banco para a aprovação de financiamentos nessas condições. De acordo com o simulador disponível no site do BRB, seria necessária renda mensal de, pelo menos, R$ 46.401,25.
A maior controvérsia se deu porque R$1,78 milhão apareceu como quitado na escritura mas não nas transferências bancárias de Flávio Bolsonaro, que na ocasião chegou a alegar que parte do dinheiro usado teria vindo de seu trabalho como advogado. No entanto, nenhuma causa foi achada em seu nome atuando na justiça.
No livro “Simão Sarkis 80 anos – vida e legado”, feito por encomenda para comemorar o aniversário do patriarca dos Sarkis e lançado em 8 de setembro de 2020, época paralela ao do financiamento e da negociação da casa, o então presidente Jair Bolsonaro aparece em uma foto mandando mensagem de agradecimento pelo “apoio e consideração”, sem explicitar qual foi o “apoio” referido.
Na foto, Bolsonaro está ao lado do senador Eduardo Gomes, senador do PL pelo Tocantins e próximo das duas partes. No governo que passou, Eduardo Gomes foi o responsável por introduzir o 01 nas altas rodas da corte e com o empresariado local. Nesse embalo, aproximou Flávio e o pai a Simão Sarkis, cujo filho venderia a mansão.
Os Sarkis também são próximos a Ibaneis. Na gestão de Francisco Maia no Senac-DF, apadrinhado do agora afastado governador do DF no Senac, emplacaram negócio de R$ 74 milhões. Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, também é cota de indicação de Ibaneis.
MODUS OPERANDI: EXPOENTES DO BOLSONARISMO OBTIVERAM FINANCIAMENTOS PARA COMPRAR MANSÕES DURANTE PERÍODO BOLSONARO/IBANEIS
O financiamento do imóvel de Flávio Bolsonaro pelo BRB não foi um caso isolado. A tabelinha Bolsonaro/Ibaneis foi além em envolvidos em financiamentos de imóveis. Familiares e expoentes do bolsonarismo obtiveram créditos no banco para compra de imóveis no período.
Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro, passou a morar em uma mansão que alegou ser em contrato de aluguel. No entanto, um relatório da Polícia Federal relatou existirem indícios de que a mãe de Jair Renan usou um laranja para contratar um financiamento bancário de R$ 2,3 milhões para a compra da mansão no Lago Sul, área nobre de Brasília. A PF pediu abertura de investigação sob suspeita de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.
“A casa avaliada em R$ 3,2 milhões no Lago Sul, ao que indicam os elementos de provas disponíveis, foi supostamente adquirida e financiada pela investigada Cristina Valle por meio de pessoa interposta sem ser possível identificar a origem de valores” afirma relatório da PF, ao solicitar à Justiça abertura de inquérito. “Há indícios de utilização de terceira pessoa interposta para obtenção de financiamento imobiliário. Tal conduta possui alcance típico de delito contra o sistema financeiro”, está no documento.
O contrato de financiamento da mansão foi assinado pelo corretor de imóveis Geraldo Antonio Moreira Júnior Machado com o BRB, e estabeleceu parcelas que variam entre R$ 14 mil e R$ 16 mil, a depender da taxa de juros aplicada. Uma das linhas de investigação era sobre quem está pagando esse empréstimo no valor total de R$ 2,3 milhões.
Outro expoente do bolsonarismo, o ex-ministro Tarcísio de Freitas, agora governador de São Paulo, também foi aquinhoado com um financiamento do BRB no período. Em 2019, comprou um apartamento na capital do país por R$ 2,1 milhões em 2019. O episódio veio à tona quando precisou fazer a declaração de bens para a candidatura paulista. A escritura de aquisição mostra que Tarcísio de Freitas declarou salário de R$ 26.100,00. Com a renda de R$ 15 mil apresentada pela mulher dele, Cristiane Freitas, a soma teria atingido o mínimo necessário para financiar o imóvel pelo BRB.
OUTRO LADO:
Senador Flávio Bolsonaro –
A reportagem enviou pedido de resposta para o senador, que não atendeu.
Grupo Sarkis –
A reportagem enviou pedido de respostas para as empresas, sem retorno.
Governador Ibaneis Rocha (afastado do cargo no DF)–
A reportagem não conseguiu contato. Qualquer esclarecimento será aqui atualizado.
Jair Bolsonaro –
A reportagem não conseguiu contato. Qualquer esclarecimento será aqui atualizado.
Estes bandidos tem que ir para a cadeia furtaram a nacao inteira.
Porisso que essa família BOSTAnario ri atoa igual hiena come bosta e mostra os dentes Ri dos manes
Triste saber que isso não dá em nada para esses caciques ladrões que mandam no país!
“Passando a boiada”
Isso é um absurdo e eu como funcionaria pública, agora demitida por esse Desgoverno Bolsonaro, não tenho como pagar meus empréstimos, pois não tenho salário. O que tenho é da aposentadoria e tá todo comprometido com empréstimos. Que tive que pegar para comprar alimentos para a família. As vozes tenho vontade de chorar, porque não te ho como pagar meus compromissos.
Hizado que com eles fica tudo motivado né, se fosse a outra parte estaria na boca do povo.
Só que teria que obter informação das partes para uma analogia