Categoria: Opinião

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General que defende eliminação de pessoas por “intenções hostis” foi executivo da confiança de Nuzman até a prisão do dirigente por corrupção

Rio de Janeiro, 19 de maio de 2010.
Um tiro matou Hélio Riberio, morador das cercanias do Morro do Andaraí. Seu crime: fazia reparos na janela de casa com uma furadeira elétrica. Ao ver a cena, um policial do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), não teve dúvidas: fuzilou o homem em seus 46 anos de vida.
O batalhão fazia uma operação na favela, em busca de bandidos vindo do Borel, ali perto. O capitão Ivan Blaz, então no comando do BOPE e agora comandante da Polícia Militar do estado, explicou o motivo: “o cidadão apareceu na janela com o equipamento”. Na nota da polícia, a explicação de que Hélio Ribeiro foi confundido com um traficante armado.

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Uma foto que devia parar o Brasil (se fosse no Leblon…)

Para tudo.
Não é possível seguir normalmente depois da foto da capa do Globo de hoje.
Ninguém precisa dizer que isso acontece todos os dias nas favelas e periferias do Brasil.
Mas se nem indo pra capa do Globo causa comoção, nossa barbárie passou de todos os limites.
A mulher, negra, favelada, está na Cidade de Deus. O Exército faz uma blitz. O soldado revista esta mulher diante do choro do bebê de colo que está no carrinho vendo a provavelmente mãe passar por isso. As mãos do soldado passam sobre as partes íntimas da mulher. Que está ali, apenas exercendo seu direito de ir e vir.
Falar mais o que? Precisa de síntese maior de nossos dias?
Não precisa ser de esquerda ou direita para ficar estupefato. Basta ser humano.
São quase nove horas da manhã. De uma manhã emendada em noite de trabalho. Mas não deu pra dormir ainda sem escrever algumas linhas sobre essa foto. As horas emendadas não permitem maiores viagens teóricas. E nem a situação da foto.
Sabe-se apenas que é uma mulher negra, favelada, mãe, apalpada, tomando uma revista que nem poderia ser feita por um homem.
É assim que vamos resolver isso?

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O Brasil investir dinheiro público em Jogos de Inverno é uma imensa aberração

A imagem não sai da cabeça. A redação estava lotada e com o barulho peculiar de feira livre como eram as redações. Era o fim de uma época, já que a década seguinte aprofundou e sacralizou o modelo de redações em silêncio sepulcral, frias como uma câmara frigorífica do IML, amorfa, asséptica, cada dia mais parecendo um escritório repleto de almofadinhas e povoada tal e qual a sala de espera de uma agência de modelos e tendo esse único critério de seleção. Feita a irresistível digressão, voltemos para aquele dia de 2006.

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O que o dedo médio de Temer diz sobre a tragédia da imprensa brasileira

Imagine Donald Trump caminhando em um domingo qualquer e suando as madeixas grotescamente acaju. Cercado de seguranças e do presidente do congresso americano, além de dois ministros. O presidente da câmara, por sua vez, acompanhado da filhinha de uns 10 anos de idade. No meio da caminhada, alguns manifestantes conseguem se aproximar um pouco mais e chamam o presidente de “bandido”, “ladrão” e “golpista”.

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Sérgio Cabral e a farsa que destruiu o Maracanã: nunca houve a exigência da Fifa usada como justificativa

Com a cara mais lavada do mundo, o ex-governador Sérgio Cabral virou-se para o juiz Marcelo Bretas e afirmou desafiadoramente:

“Nunca houve propina. Nunca houve 5%. Que 5% é esse? Que história é essa de que esses 5% era algo que vigia no governo? Que maluquice é essa?

Foi no dia 10 de julho de 2017, na audiência da Operação Mascate.

Nem o maior ator de todos os tempos seria capaz de tamanha eloquência, veemência e capacidade de expressão impassível ao expressar algo que sabe ser uma imensa farsa mas com tamanha desfaçatez. Algo muito próximo a uma psicopatia, uma mitomania.

Pois foi assim, com essa mesma ausência de emoções e verdade, somadas a cumplicidade da imensa maioria de uma quase totalidade do conjunto da imprensa amorfo e cúmplice, que durante anos Cabral repetiu a mais cara mentira da história do Rio de Janeiro, a que custou a destruição de tão caro e querido monumento do carioca e do mundo.

Foi por esses mesmos 5% que o ser capaz da psicopatia de mentir diante de milhões sem mudar a expressão cobrou para que o Maracanã fosse destruído.

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“Futebol, do sonho à realidade”. Uma revolução pioneira no jornalismo investigativo esportivo brasileiro

O advogado John Milton foi apenas mais um brilhante papel na carreira de Al Pacino.

E é encarnando o próprio coisa ruim do título de “Advogado do Diabo” que solta a inesquecível frase: “a vaidade é, definitivamente, meu pecado predileto”.

Uma atuação impecável. Não sei onde o protagonista fez o tal “laboratório”, aquela fase onde o ator mergulha no universo do personagem.

Se optou por um lugar onde grassa a vaidade, não teria dúvidas em arriscar: uma redação.

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O incrível não é o roubo do caminhão. O escândalo é que na favela da Pedreira a expectativa de vida é igual a do Haiti.

A imagem rasgou a tela. A voz do apresentador e a narração mais ainda.

Eram as primeiras horas da sexta-feira, 8 de dezembro.

A edição do Bom Dia Rio corria sonolenta como é natural ao horário. De repente, uma virada. Um incrível flagrante: um roubo de carga em um caminhão ao vivo. Para completar, a 500 metros de uma blitz de soldados da Força Nacional.

Na favela da Pedreira, no chamado Complexo da Pedreira, em Costa Barros, zona norte do Rio, formado pelas favelas da Pedreira, Lagartixa, Quitanda, Final Feliz, Terrinha e algumas outras pequenas comunidades.

Sequestrado, o caminhão encostou na favela e foi descarregado, sob a vigilância de traficantes armados com fuzil.

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De Giba a Paolo Guerrero: uma viagem através do tempo em 14 anos de nossa imprensa e algumas breves memórias

“Ah, memória, inimiga mortal do meu repouso”!

Valhei-me Miguel de Cervantes. Nesse exato momento, tuas palavras soam como bate-estaca em minha cabeça. Lembranças são assim, puxa-se a primeira e as demais vão desaguando feito cachoeira. E quanto mais o tempo anda em nossas vidas, mais forte vem essas águas.

O gatilho pode ser a coisa mais banal. É como aquela brincadeira de falar uma palavra e o outro dá sequência ao jogo com outra que imagina se relacionar com aquela. Sabe lá como termina. Começa com “bola” e pode acabar com “física quântica”. Ou vice-versa.

Foi assim desde que saíram as primeiras notícias do doping de Paolo Guerrero. Um turbilhão de memória se ativou.

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Agência Sportlight recebe menção pelo “Dossiê Rio-2016” no “Premio Latinoamericano de Periodismo de Investigación”

Antes mesmo de completar um ano de vida, a Agência Sportlight de Jornalimo Investigativo já cruza as fronteiras do Brasil com uma importante distinção internacional. O “Dossiê Rio-2016”, série de reportagens sobre as Olimpíadas, recebeu “Menção Honrosa” no “Premio Latinoamericano de Periodismo de Investigación”, um dos principais do continente.

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As aventuras de um cadeeiro: sob o comando de Cabral, “La Catedral” de Benfica promete ser um dos “points” do verão carioca

Eram animados os dias em La Catedral.

A menos de uma hora de Medellín, com vista privilegiada das montanhas colombianas e muito conforto.

Tinha sala de lazer, jogos, de TV e até sauna.

Foi o símbolo maior de um estado de cócoras para um criminoso.

Pablo Escobar recebia amigos, comparsas, prostitutas, jogadores de futebol, familiares na hora em que queria e todas as mordomias possíveis naqueles dias de junho de 1991.

Desaforo dos desaforos, mandara construir a própria prisão para enfim “aceitar” ser preso pelo estado. Deu as cartas até na hora da rendição. Até a fuga um ano depois, em julho de 1992.

A Cadeia Pública José Frederico Marques, mais conhecida como “Benfica”, por estar no bairro do mesmo nome, não chega a ser uma La Catedral. É lá que Sergio Cabral está preso, depois de breve estadia em Bangu 8, entre 17 de novembro de 2016 até 28 de maio último, quando o ex-governador chegou a nova morada onde é hóspede do estado que comandou por 8 anos e que saqueou impiedosamente.

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