Piovani: posso te contar umas coisas que vi nas redações?
“Vivi dentro do monstro e conheço suas entranhas”
Os mais novos vão imaginar que falo do tempo dos dinossauros. É quase isso mas não chega a tanto. Não existia controle remoto. Para se comentar em roda de amigos sobre algum programa da TV que você não queria assumir que estava vendo, saia-se invariavelmente com essa, tão preconceituosa quanto mentirosa: “passei pelo quarto da empregada, ela tava vendo isso e aí…”. Sílvio Santos era o personagem mais presente nesse clássico do enrustimento. Hoje é até chique, símbolo do trash engraçado, falar que deu uma olhada no “Patrão”. Naquele tempo só assim para não ser engolido: falando que passou e ouviu de esguelha.
O tempo passou e a lorota se modernizou na velocidade da tecnologia. O relato da passagem pelo canal do Abravanel não precisa mais dar uma volta na casa. Ou de qualquer outro programa que não se queira assumir. “Zapear” é a palavra que substituiu o bate-volta nas dependências proletariadas. “Estava zapeando e…”.
Pois muito bem: “estava zapeando dia desses e…” vi Luana Piovani dando entrevista em um programa de Pedro Bial em canal por assinatura. Não se passa pela visão de Luana Piovani sem sossegar o zap dois minutos, naquela curiosidade velho-babona de dar uma geral. Conhecida por ser metralhadora giratória, ainda que os tiros não cheguem a ir além das páginas de TV e fofoca, a loura discorria sobre tudo.
Mas quando a metralhadora dela alcançou o tema “política”, lembrei-me de uma conversa que tinha tido há pouco tempo com um bom ator dessa geração, onde expressei que, vendo a participação da classe artística na cena política nacional no momento, era um choque ver o despreparo da mesma para entender como se produzem as narrativas, como se constrói uma narrativa única. E relatei o quanto, nessa hora, lembro-me com alguma/bastante saudade de Ruth Escobar, Gianfrancesco Guarnieri, Vianinha, Cacilda e tantos outros.
Luana não se fez de rogada diante do Bial. Falou sobre seus colegas artistas que se posicionavam contra o golpe com a convicção de quem questiona a ignorância alheia. “Os fatos estão aí. Me dá a impressão de que todos estão hipnotizados”, afirmou sobre tais artistas.
Pois devo te contar, Luana. Não é bem assim. Como disse usando o verso do poeta e revolucionário José Marti, vivi dentro do monstro mais tempo da minha vida do que em qualquer outra atividade. E é bem possível que um dia tenha que voltar, embora pareça que eles também não querem muito…
Como qualquer jornalista que exerce o ofício, por isso tudo, conhecendo as entranhas. Dos mais diferentes meios, se quiser dá uma passada lá na seção do “Sobre o autor” e constate. E acho que a essa altura tenho algum embasamento para falar sobre esse como funciona.
Como não é o caso de fazer nenhuma tese de doutorado (ao menos aqui, mas espero que isso venha a ser feito um dia), tentarei te explicar brevemente sobre as coisas que vi, sobre como são as coisas…
Antes disso, creio que vale te falar sobre o historiador inglês Edward Carr, autor da definição “que fatos históricos são como peixes no mar e historiadores são pescadores seletivos”, que escolhem os peixes que querem. Vale palavra por palavra para o jornalismo. E em uma situação como a do Brasil, da forma como se exerce jornalismo aqui, muito mais seletivos são nossos pescadores. Portanto, embora o tom usados na afirmação “os fatos estão aí” pareça de superioridade intelectual, lamento informar que “os fatos não estão aí”. Ao menos como deveriam estar. Acho que posso ajudar a te explicar como os fatos estão aí, que fatos, como estão…
Meu primeiro choque nas entranhas foi ainda nas fraldas do estágio. Era a foto de um negro e pobre que ia para a primeira página. Não houve muito pudor para se explicar porque aquela foto estava caindo e não seria publicada. Tinha nascido morta em seu clique: queriam “gente bonita”. Assim, valendo a concepção dos que comandam, automaticamente um negro e pobre está fora. Claro que como leitor e cidadão não tinha ilusões de que era muito diferente, mas constatar in loco é sempre mais chocante. Negro e pobre só segunda-feira, naquela primeira página que fala sobre o arrastão da praia, e mostra um monte deles com a cabeça contra a parede e a polícia revistando e lá no texto tem os números comprovando como é necessária a revista antes que os vândalos cheguem até a praia. Ou em foto de rebelião de presídio, né?
Logo depois desse choque de realidade, me mandaram fazer uma matéria sobre as barbaridades que os motoristas de ônibus cometiam no dia a dia do trânsito da cidade. Era pra pegar um bloquinho, ir atrás do piloto vendo quantos pontos ele devia perder na carteira em uma viagem só e depois, com o número do ônibus a identificar, ouvir a empresa sobre. Algo como um X-9 de uma viagem rodoviária, mas só da parte fraca e ouvindo os empresários (delatando). Argumentei que a pauta de verdade eram as empresas de ônibus, que essas sim eram uma máfia, que não podíamos fazer uma matéria com o pobre-diabo e aquela turma ficar de boazinha. Sem muito sucesso. O autor da pauta e ordem ainda está por aí. Pelo que escuto, vai nas reuniões do sindicato ouvir e repassar tudo pro patrão. Será? É possível.
Por sorte veio para me salvar daquilo aquela frase que o velho pai passou repetindo minha infância e adolescência até que entrasse por osmose: “meu filho, princípios a gente não negocia, mesmo que para isso tenha que ir carregar cimento no cais do porto”. Era só um estagiário, não tinha caixa pra aquele arroubo, pra recusar pauta logo na largada e ainda mais por aqueles motivos. Mas ordem de pai é sempre maior. Por um desses anjos que nos protegem, o chefe acima a quem comunicaram a ousadia do principiante era o José Luiz Alcantara, reconhecido boa praça e boa alma, que fingiu não ver o que rolava e arrumou logo outro assunto pro estagiário ir cobrir. Era para a carreira ter ficado ali mas quis o destino ter esse anjo no começo da caminhada. Assim, segui sem desobedecer o mandamento do pai e sem sair. Mas olhando o que veio depois, acho mesmo que gastei os anjos de proteção na profissão logo na largada, ali com o Zé Luis…
Vi muitas assim, vi muita coisa. Quem sabe um dia boto tudo num livro. Sempre acho muita pretensão alguém achar que pode escrever um livro, mas se tivesse certo afinal, não teríamos livros. Acho que já tenho um título para contar minhas desventuras na imprensa brasileira. E acho ainda que é bom, provavelmente melhor do que o resto. Se um dia sair, vai se chamar “Diário de Pyongyang – no coração da imprensa brasileira”. Talvez também um pouco exagerado, mas ao ver essas breves coisas que quero contar, Luana, vai ver que é exagero mesmo ma non troppo. Vi muita matéria sair da página quando tava pronta pra rodar ou para ir ao ar, vi matéria ser reescrita totalmente para se ajustar ao gosto dos amigos do Rei, vi cabeças pedidas, perdi a minha tantas vezes que virou folclore, vi a tal da “reco”, aquela matéria que vem por ordem de cima atender a coisas e pessoas inacreditáveis, vi o mais sem pudor dos colegas ter pudor, até ele, em assinar uma reco dessas, vi tanta coisa…
Recomendo com ênfase a leitura do texto “O Macarthismo brasileiro e a espiral do silêncio”, do jornalista, professor e escritor Felipe Pena. Vale palavra por palavra e trata sobre como funciona essa máquina de ir tirando do mapa toda e qualquer voz dissonante. É isso que estamos vivendo, cara Luana. As pessoas vão sumindo, sendo sumidas. Não mais o sumiço literal daqueles tempos, como Gil relata poeticamente, mas sumindo porque ele quer. Ele, o sistema. Aquele que é f…
Tudo isso não quer dizer que não tem muita gente boa nessas redações todas que vivi. Muita gente da maior honestidade e coragem. Gente que, como ouvi de um grande amigo uma vez, cumpre o que ele dizia: “tem que entrar aqui na carvoaria de branco todos os dias e ao fim do dia sair com a roupa intacta”. Conheci o melhor e o pior do ser humano. Como aliás acho que é em qualquer ramo. Conheci muita gente travando o bom combate nas entranhas do monstro, anonimamente, saindo de branco todos os dias. É fundamental esclarecer isso. Generalizar, rotular, é algo inaceitável.
Da mesma forma que te conto existir um outro tipo.Bem curioso. Que se antecipa quando o assunto é a nossa liberdade de imprensa e o que existe de verdade em falar de liberdade de imprensa por aqui. Tal tipo sempre pula e avisa: “Nunca me censuraram em nada”. E com tal testemunho pessoal, dando o aval de quem também vive nas entranhas, encerra o assunto, afinal, como discutir com quem pode dizer como funciona por dentro? O que tal tipo não conta é que nunca censuraram ele porque ele nunca propôs nada que pudesse vir a ser vetado. Nunca se desgastou. A isso chamamos de autocensura, a prática e estratégia de sobrevivência mais comum e frequente em nossas redações.
Na prática, quero mesmo ser bem didático para te explicar que realmente não basta ler os jornais ou ver televisão para ver o que está acontecendo. Que muito mais do que isso, é preciso entender o que e porque sai nos jornais (entenda-se sempre como impressos, internet, tv). Com as exceções de sempre, de profissionais e de reportagens que fogem a esse padrão.
Nosso modo de fazer de notícias é meio assim: não chega a ter língua, é um beijo técnicoAcho que em primeiro lugar você deve entender o coração de tudo, a alma do negócio. Se você, mais do que merecidamente consagrada atriz fosse explicar didaticamente como se representa algo, como se finge, que exemplo usaria? Quem sabe o tal beijo técnico? Pronto. Parece que é, mas, pelo que sabemos, não é bem assim, né? Não chega a ter língua pelo que dizem, né?
Pois é, nosso modo de fazer de notícias é meio assim: não chega a ter língua, é um beijo técnico. Fazemos um jornalismo sem língua, tal e qual um beijo técnico de novela. Parece que é, mas não é. Te explico de novo e volto ao lugar onde estava ao prometer contar onde acontece o drible, onde fingimos dar o beijo mas não damos: é na pauta, Luana. A sacanagem, se me permite a má palavra, e acho que permite porque você também é meio desbocada, a sacanagem não necessariamente é feita na reportagem publicada. A sacanagem é feita na pauta. Na escolha da pauta para ser mais exato. Mais ou menos como deve ser em Pyongyang. Assim, na escolha da pauta se ganha o jogo. Se eu escolho dez pautas pra detonar quem eu quero detonar e nenhuma para explodir o meu bandido de estimação, o amigo leitor no dia seguinte vai presumir o que? “Puxa, olha quanto escândalo aquele sujeito”. E o outro, poupado na pauta, segue incólume. Por isso vai aparecer alguém e dizer o que você disse: “basta ler o jornal para saber”…
As matérias em si podem ser bem feitas. Exatas. E aí, algum incauto vai dizer: “mas aí não dá para ir contra. Como se contesta o que está na matéria? Basta ler ou ver a matéria…”. É verdade. É meia verdade. Porque se você só tem reportagem sobre aqueles e não para todo mundo, é meia verdade achar que basta ler ou ver, né?
Na verdade, Luana, por falar em escândalo, só me ocorre nessas horas Ângela Ro Ro. “O grande escândalo sou eu”, tão lindamente como sempre cantado por ela (a letra é Caetano?). O grande escândalo, no caso, é a nossa imprensa. Posso te dar mil exemplos disso que descrevo, de como se ganha o jogo na pauta. Sendo ainda mais didático: sabe aquele prefeito que não é o “da casa”, essa expressão tão cínica quanto verdadeira? Pois bem. Esse que “não é da casa”, terá um cobertura implacável de sua gestão. Como aquele jornal que botou três setoristas durante uma gestão que não era muito simpática e no dia seguinte que um “da casa” assumiu, apareceu com uma imensa novidade, uma revolução onde anunciava: “está antiquado esse negócio de setorista de prefeitura. Vamos abolir isso. Os três vão tocar outras coisas e quando tiver algo, vemos isso”. Será que é só ler, Luana?
Inventou-se uma instituição que é uma jabuticaba sem comparação. A “Pluralidade à Brasileira” de nossa imprensaHá uma outra coisa que quero te contar a partir dessa revelação de que a sacanagem se faz na hora de escolher a pauta. Como o anticorpo disso, para não ter risco de descobrirem esse segredo, é feito o seguinte: inventou-se uma instituição que é uma jabuticaba sem comparação. A “Pluralidade à Brasileira” de nossa imprensa. Funciona assim: como nenhum outro país do mundo, temos hoje uma imprensa baseada em opinião. Colunistas aos borbotões, a dar com pau. Olha pro lado tem um, olha pro outro lado, também tem. Muitos já constataram essa faceta de nossa imprensa e chamaram isso de colunismo. É isso. Mas faltou explicar a razão para isso, né?
E é exatamente por isso. Porque a sacanagem se faz na pauta, o que interessa se leva no rodo na escolha da pauta. O resto é inofensivo. Não mata ninguém. Tem muita coisa boa e outras tantas ruins. Mas o que importa? Mesmo que nossa pluralidade à brasileira não seja assim tão plural e seja uns 100 contra Veríssimo ou perto disso, ainda que fosse 50 x 50 não importaria. Afinal, se você lê o Duvivier, o Cuenca, você vai ler e gostar deles. Se você lê o Merval, bem, além de herói, você vai gostar dele e ponto. Ou os outros cem colunistas ali afinados. Assim é opinião, cada um tem a sua e não dói nada. O que dói nessa história é jornalismo. Entenda-se por jornalismo: reportagem. Pau pereira é reportagem. O resto é flozô. Bom flozô em muitos casos, mas…flozô. O que pode mudar o mundo pelo jornalismo é reportagem, boa reportagem. Ou você já viu algum Watergate por causa de um colunista? Ou foi e sempre será na reportagem?
E não existe aqui menosprezo com “Opinião”. Mesmo essa Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo tem lá sua seção de opinião. Estão bem demarcados os espaços: “Opinião” é um, “Reportagem” é outro, cada qual com seu selo. Gosto de escrever no “Opinião”. Por vezes dá até mais audiência. Mas sei que se algo explosivo acontecer por aqui, será na parte de “Reportagem”.
E é por essa sacanagem que não investimos em jornalismo. Por essa acertada que damos antes na pauta, por essa certeza que enganamos o bobo na casca do ovo com nossa “pluralidade á brasileira”.
Verdade que temos alguns casos que nem se tenta disfarçar, né? Sabe aquele jornal noturno de um canal por assinatura? Estou certo de que, nesse caso, meu exagero não é exagero. Nem em Pyongyang existe algo parecido! Como pode uma bancada que nunca discordou, que sempre tem o mesmo tom, que sempre aponta para o mesmo lado? O que é aquilo, meu deus? Nem na Fox News americana tem algo parecido nem no “Jornal das 22h” de Pyongyang. Um ambiente tão contaminado que permitiu a um deles, babando, dizer que Ustra e Marighella eram criminosos da mesma ordem. E ninguém contestou. Um show de horror que só Angêla Ro Ro é capaz de cantar. O grande escândalo somos nós realmente. A imprensa brasileira. Duvido que no noturno de Pyongyang tenha aquele jogral de gente excitada dando sempre o mesmo tom (estão sempre excitados, né?). E depois vão para casa e dormem em paz? Diz aí, Greenwald: “Aqueles que prosperam dentro da estrutura de uma grande empresa tendem a ter mais inclinação a agradar do que a subverter o poder institucional” (in “Sem Lugar Para se Esconder, editora Primeira Pessoa).
Como disse na “Apresentação” dessa Agência Sportlight, como pode não termos equipes de jornalismo investigativo nas redações? Como pode não termos uma matéria em tempos de enorme investigação de corrupção, uma sequer, fruto de investigação? Só vazamento, só vazamento…Que, como sabemos, são seletivos. Tão seletivos que corre a lenda (bem fundamentada) que na porta de um sujeito lá de Brasília, desses que falam muito quando na verdade deviam falar pelos autos, tem fila do vazamento lá pela quinta-feira. As grandes revistas, os jornais…E aí o vazamento estoura sempre pro mesmo lado. Entende, Luana? Será que é só ler o jornal, musa das musas?
Falam em dinheiro para ter uma equipe investigando, em custos. Argumento mais desonesto não há. Caro é não ter notícia boa. A longo prazo o seu leitor some e os cartolas das redações vão ficar discutindo porque a circulação tá diminuindo, porque os acessos estão parando…Nesses congressos da vida, nessas viagens pra falar e ouvir sobre jornalismo mundo afora, tenho visto algumas coisas espetaculares. Jornalismo de primeira, cara Piovani. Sabe onde? Na Costa Rica, por exemplo. Uma equipe multidisciplinar, espetacular, dando alguns dos furos mais espetaculares do mundo. Fiz questão de ir lá entender o que acontecia, ver como faziam. Será que o jornal da Costa Rica tem mais dinheiro que os nossos?
Quer saber mais um? Poderiam ser vários mas ficaria chato. El Salvador tem gente fazendo jornalismo de orgulhar qualquer Carl Bernstein. El Salvador. Te parece com mais recursos do que nossas empresas? Assim, podemos presumir que é mais uma daquelas questões de vontade política apenas, né? E nossos figurões só tem olhos para o lado de cima no caso do globo terrestre também, só olham spotlights quando chega ao cinema e de países ricos. Desconhecem o quanto de espetacular está sendo feito por aí, pertinho da gente.
Espero que não corte os pulsos ao saber como funciona na verdade. Mais ou menos como cozinha de restaurante, reza aquela lenda. “Se você soubesse como se faz, não comia”. Você e aqueles seus colegas que bateram panela nas redes sociais e se fantasiaram de bloco de carnaval. De novo, que saudade de Ruth Escobar, Gianfrancesco Guarnieri, Vianinha, Cacilda e tantos outros… Te conto mais uma.
Antes de contar, como são tempos intolerantes, me permito a ressalva: se critico aquele jornalismo que cultiva bandidos de estimação, não poderia fazer o mesmo. Portanto, podem recolher as panelas antes de xingar essas mal traçadas. Como cidadão tenho minhas convicções, como tenho meu time. Mas nem por isso em minhas análises de futebol ignoro as mazelas do meu time. Assim é no jornalismo. Minhas convicções não podem fazer com o jornalismo seja seletivo. O pau pereira deve ser amplo, geral e irrestrito. As matérias iniciais dessa “Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo” eram todas mostrando os imensos furos de convênios entre governos que deveriam ser progressistas e nossas instituições do esporte. Poderia citar outras tantas reportagens que fiz. Estatais em conluio corrupto com corruptos do esporte, roubo grande. E vem muito mais. Mas deve vir para todos os lados. Feita a ressalva, finalmente te conto mais uma.
Há pouco tempo atrás, uma jornalista falou das empresas de Fernando Henrique Cardoso no exterior. A relevância vinha do conhecimento de causa, pelo fato de terem tido um filho. Sabia do que falava. Aquilo me deixou com as duas pulgas da profissão atrás da orelha. Não me lembrava de uma geral nas coisas de FHC e família no jornalismo pátrio. Me propus a fazer por conta própria. O resultado foi assustador. O filho de FHC tinha uma empresa, sabe onde e de que? Uma offshore no Panamá e ligada ao ramo de petróleo. E com vínculos Odebrecht e Petrobras! Meu deus! Nunca ouvira falar que o filho de FHC era do ramo petroquímico. E continuo achando que não é. Então qual a razão daquela offshore? Consegui os documentos da offshore do filho de FHC no Panamá. Tinha também as relações societárias dele com um secretário corrupto do Macri. Imaginei que estava diante de uma bomba. Imaginei não, tinha e tenho certeza. Mas nossas redações não viram assim…
O passo seguinte foi partir para a publicação. Sabe o que aconteceu, Luana? Era sempre assim: falava sobre a matéria. O editor dizia que aquilo era espetacular. “Vamos dar”. E que daqui a pouco falaria comigo. Duas, três horas depois, ligavam ou mandavam e-mail constrangidos, que não ia sair, que achavam que…
Na quarta redação tentada (quarta, Luana!), perdi a paciência e falei o seguinte: “Faz o seguinte: onde tiver FHC, troca pelo nome de um outro aí que sempre tá nas páginas. E onde tiver o filho, troca pelo filho do outro. Será que publicam agora? Estou falando de offshore do filho de FHC no Panamá ligada ao ramo de Petróleo e com negócios com Odebrecht e Petrobras, entenderam?”. Por fim saiu aqui: http://www.cartacapital.com.br/revista/895/negocios-de-familia. Mesmo assim, nunca se viu uma linha sequer sobre isso em qualquer lugar.
Ora, se o cabeleireiro de uma vira manchete por prova que “está nas nuvens”, como reportagem com documentos de offshore no Panamá é ignorado? (Creio que aqui vale o breve parêntesis: mesmo com a tradição do bizarro de nossa imprensa e do patético, não me lembro de algo tão vergonhoso e constrangedor como a reportagem, manchete do jornal, em que o “jornalista” fazia uma acusação a uma Presidenta da República e depois informava que as provas que sustentavam a tal acusação não eram mostradas ali porque “estavam nas nuvens”. Depois não entendem o clima de vale tudo reinante. Se posso fazer isso, tudo se pode). Tudo isso tem a ver com o tão falado “instituições funcionando”, com o estado democrático de direito. Ora, se inexiste a tal liberdade de imprensa, inexistem instituições funcionando, inexiste o estado democrático de direito. Então o ponto x do debate é se existe liberdade de imprensa aqui ou não. Aceito o debate com qualquer um. Escolham armas e locais. Só não me venham falar que “nunca me censuraram”. Já falamos sobre isso. Aliás, tenho tido o prazer de debater tal tema Brasil e mundo afora nos últimos anos em congressos e palestras. É só chegar.
Nessas linhas que vão se encerrando aqui, Luana, tentei contar da imprensa de modo geral. É mais ou menos assim em todas as áreas. Por vivência, acho que posso contar com mais detalhes ainda sobre como é no jornalismo esportivo. Antigamente, naqueles anos de chumbo, grandes jornalistas foram se refugiar nas páginas de esporte dos jornais para poder seguir com dignidade. Na verdade, para poder seguir, já que a parte de política tinha ficado irrespirável.Te conto que hoje morreriam sufocados em todas as áreas. Voltarei ao tema específico do jornalismo esportivo e suas impossibilidades nos dias atuais. Por incrível que pareça, no jornalismo esportivo as coisas pioraram e pioram muito a cada dia. Até a fresta de resistência heroica que Seu Zé Trajano carregava foi pro saco…
Quando falar disso, quero em breve republicar aqui nessa humilíssima trincheira um texto do maior repórter da Argentina e dos grandes do mundo, Ezequiel Fernandez Moores, ombreado no pioneirismo Sportlight do continente com Juca e mais outros poucos. Só para que se tenha a dimensão de quem é, foi o primeiro e o grande repórter a remexer, ainda durante a ditadura daquele país, nos porões da Copa de 78. Sua obra está nos anais da história do jornalismo. Em seu texto, Ezequiel fala sobre a vergonha que é a imprensa esportiva não investigar. Daqueles que me orgulho muito em poder chamar de grande amigo e com quem vou mantendo sempre o assunto em dia, repartindo as angústias cotidianas desse ofício sempre, não muito distintas nos dois países. Ezequiel me escreveu recentemente algumas palavras que carregam nossa angústia toda em duas linhas. Pela força, tomo a liberdade de tirá-las do privado: “Somos porquinhos da índia do que os novos donos do poder chamam de entretenimento. Nós dois já estamos mais curtidos, mas palavra que me dá uma pena enorme de milhares e milhares de meninos que seguem acreditando que o jornalismo segue sendo o que era”.
Por isso tudo, por uma vida toda dentro de redações, te pergunto: dá pra achar que basta ler ou ver jornal pra entender tudo o que tá rolando, que os fatos estão aí, Luana?
Brilhante, Lúcio!
Cirúrgico.
Belo texto. Me fez lembrar do jornalista mau-caráter Piers Morgan.
Que deveria estar preso, diga-se. Bandido da maior ordem
Parabéns!
Perfeito Lúcio, só acho que ela não vai le o textão.
Obrigado por persistir.
Talvez leia. Duvido que entenda.
Sensacional como sempre Lucio !
Boa Lúcio! Ao ler seu texto acabo por refletir sobre aquilo que julgamos ser verdade. Vivemos na era da pós-verdade?
Perfeito como sempre. Tocou na ferida.
Todos os grandes como vc, aos poucos estão sendo escanteados. Uma lástima para a nossa sociedade.
Espetacular, Lúcio!
Obrigado por sobreviver e nos dar um de esperança em vozes atuantes como a sua!
Parabéns!
O texto é ótimo, mas as vezes o Lucio parece o Costinha contando piada, interrompe uma para contar outra (não disse que o texto tinha piada), só errou em um ponto, a Luana não é tudo isso, muito magra e branca.
Texto sensacional, ainda mais em tempos de “fato alternativo”.
“O beijo da Luana”, já nasce clássico este texto. Recomendo a todos a biografia do Zózimo escrita pelo Joaquim Ferreira dos Santos, é entranha e tripas à vontade. Dá um pra Luana que ela entende.
Abração
Excelente texto, Lúcio!
Um dos diversos males que assolam o país é o “Piovanismo”, consagrado em expressões como “Deu na Veja”, “Saiu na Folha” e “Passou no Jornal Nacional”, como se fossem dados incontestáveis sobre o que se estava afirmando.
Faltam mais profissionais como você, Lúcio. Em todas as áreas.
Sou de um tempo em que se dizia “deu no jornal então é verdade”. Recentemente um feirante dizia-me que “jornalista não mente”. Recomendo a quem queira ouvir as crônicas (jornal, rádio e TV) de José Woytechumas (digite seu nome no Google): em alguns momentos você duvidará dos seus ouvidos.
Porque faz assim Lúcio? Maravilhoso. Valeu camarada.
Parabéns!
De dentro de outro monstro (ou de parte do mesmo), te digo: ojurídico é igualzinho. Sem tirar nem por. Porque o capitalismo é isso mesmo. Força, camarada.
otimo texto parabens
Perfeito Lucio. Parabéns!
Parabéns Lucio, nesse momento tão torpe da nossa história é um bálsamo ler algo tão didático e profundo. Que esse texto sirva para todos nós entendermos quão deturpada e comprometida está imprensa brasileira.
vc é o mair jornalista do Brasil!!!
Brilhante.
Mais uma vez, obrigado, Lúcio.
Parabéns !!! Brilhante texto!!!
Continue nesse caminho pra poder mostrar um pouco mais dá sujeira dá humanidade , parabéns
Sensacional. Essa sua luta dignifica a profissão e dá orgulho de sermos do mesmo país. Não desista, embora tudo leve a crer que não vale a pena.
Lúcio, eu sempre acompanhei seus belos textos, reportagens investigativas e pela tv, quando podia, suas opiniões que, na esmagadora maioria das vezes, deixava o(a) apresentador(a) numa situação que como você mesmo disse – e tomo aqui a liberdade de emprestar – de beijo técnico jornalístico. Claro que não li nem ouvi tudo o que escreveu ou disse. Mas do que li e ouvi esse texto é uma espécie de “primeira das 7 maravilhas das opiniões”. Em umas várias palavras: deveria ser publicado em todos os jornais, revistas e outros meios de comunicação bem como veiculado em todo canal de televisão pelo tempo que fosse necessário até que a lucidez quem sabe começasse iluminar a cegueira que experimentam a massa de manobra do jornalismo e de seu povo brasileiro. Desculpe o texto longo, mas é que a emoção de ler algo assim tão perfeito é f…! Faz até a gente achar que escreve…
Lúcio, mais uma vez sendo Lúcio. Brilhante!
O jornalismo da “grande imprensa” virou entretenimento, distração. Um freak show.
Se basear por eles como fonte é sinal de letargia.
Abraço e vida longa à Sportlight
Lucio,
Texto brilhante.
Fico honrado por ter meu nome citado.
Abraço ,
Felipe Pena
Oi, Felipe, tudo bem? Por favor, como posso ter acesso a este texto citado na matéria?
Aguardo sua resposta.
Muito obrigada, Maria Estrella
Brilhante como sempre! De JORNALISTAS do seu naipe (sim com letras maiúsculas, garrafais), não há como esperar nada diferente!
Lúcio, acompanho seu trabalho desde os tempos de ESPN. Estou no último período de jornalismo e posso dizer que, mesmo indiretamente, o considero como um professor. Seus textos opinativos e reportagens são boas aulas, do que fazer e não fazer. Desde já, fica o meu agradecimento.
Valeu Lúcio!!! Obrigado pela aula!!!
Texto portentoso! Parabéns!
L ú c i d o de Castro.
Brilhantemente aflitivo, texto espetacular Lúcio
Petardo!
Lúcio, é muito bom ter você de volta. Faz muita falta em meio a tanta hipocrisia na imprensa brasileira.
Que espetáculo
Querido Lucio, parabéns por mais um excelente texto! Vida longa ao bom jornalismo.
Um grande abraço
Chico Lins
Cara, vc nem deve ler tamanho numero de comentários, mas acredito fazer o mínimo necessário que é elogiar e divulgar. EXCELENTE, TRASCENDENTE, como sempre.
Me belisca pq acho que estou sonhando!!!! que aula esse texto. Eu entregaria isso no primeiro dia de aula de todas as faculdades de Jornalismo do pais e em todas as redações. Me vi, guardadas as devidas proporções, em várias dessas situações. O peso das convicções contra o que chamamos aqui no Sul de “jornalismo acadelado”. Parabéns e parabéns
Caro Lúcio, Parece que as formas de representação do mundo (imagéticas principalmente ou os ambientes virtuais) vêm aos poucos corroendo a capacidade dos indivíduos de discernirem a realidade do (triste) espetáculo proposto por aqueles que dominam as instituições em nosso país. A tensão entre as classes, algo impensável para setores intelectualizados que demonizam as teorias (segundo eles superadas) do velho e bom “Carlos Marques”, dão o tom e vamos vivendo essa pluralidade homogênea e coronelista, que se realiza através da violência e da coibição do livre pensamento. Enquanto isso as opiniões de Piovanis e Biais, este ancorado nas boas intenções da Fundação Millenium (essa ninguém investiga), vão pipocando por aí ….e seguimos nesse galopante “Abismo para o Futuro”…Abraços e muitíssimo obrigado por resistir.
Lúcio, perdão pelo mau uso do português, mas (tem momentos em que a polidez e a educação não são capazes de expressar toda nossa estupefação, admiração e reverência)… caralho, que coisa maravilhosa essa sua “OPINIÃO” sobre a seletividade do jornalismo no Brasil! Queria ter você, Trajano e Juca sentados num programa jornalístico que falasse de tudo e que vocês fossem eternos, perenes, intermináveis. Nesse exato momento baixo minha cabeça em reverência à sua gigantesca relevância pro jornalismo e para a história desse país. Obrigado!!!
Lúcio, posso te dar um beijo?
Palmas!
Irretocável. Aula de jornalismo, nesse tempo de shows e espetáculos com as palavras e realidade mínima na imprensa, que permite que gente como Trump, Rodrigo Maia e tantos outros sejam chamados de políticos.
Excelente!
O pulso ainda pulsa! Avante camarada!
Como não poderia ser diferente; brilhante! mas é muito otimismo achar que uma pessoa tão vazia como a tal Luana vá dar alguma atenção.
Lucio, como não sabia de sua existência??? que ignorância imperdoável, a minha! Lucio é meu pastor, nada me faltará rss Parabéns e obrigada. E, para Luana, sem pudor, recomendaria meia hora de b…
Triste realidade da nossa profissão. Triste realidade para muitos de nós, expulsos das redações, por não dizer “amém” às pautas. Querer discuti-las para que fossem reportagens completas, melhores. Até que descobríamos, na verdade insistíamos mesmo sabendo, não interessava ser completa, nem melhor. Bastava obedecer e trazer o proposto. Parabéns pelo texto e pela real, e lamentável, descrição deste nosso contexto. Abraços.
Mantendo o nível Lucio de Castro; intrigante e sempre fora da zona de conforto.
Esclarecedor e corajoso.
Não gostei.Texto grande e as vz sem nexo.
Vou usar seu texto com os estudantes de Jornalismo.Muito lúcida sua reflexão.
Aula de jornalismo e dignidade, competência e honestidade.
Mais um texto brilhante.
Que falta faz na TV. Não dá pra não ficar nostálgico com o saudoso Bate-Bola com você, Canalha, Mauro e PVC. O que tem hoje no mesmo horário tinha que receber outro nome.
Brilhante texto Lúcio. Um afago aos meus olhos que correm por tanto lixo jornalístico. Obrigado por existir nas palavras.
Conheci seu blog hoje. Adorei e vou recomendar aos amigos. Quero deixar registrado que no poder judiciário e no ministério público, os quais conheço bem, funcionam da mesma forma, em linhas gerais.
Demais. Um tapa na “opinião pública”. Parabéns!
Não desista nunca!!!
Perfeito! Perfeito! Que ótimo poder ter esse canal para acompanhar um jornalista tão brilhante. Recomendarei e muito!
Da um alivio ver que existe quem fale por nos, muitos aceitam tudo o que é vomitado neles mesmos, seria bom se fossem ao menos decentes o suficientes pra ler esse texto
Sensacional Lúcio, mas infelizmente os porquinhos da índia já estão tão adaptados a brincarem na rodinha que qualquer coisa diferente é irrelevante, mesmo que o diferente seja um gato a espreita.
Outro dia li o desabafo de um professor que se sentia desmotivado no exercício da sua profissão. Dizia ele: ” Meus alunos não questionam mais, não promovem o debate, se transformaram em gado. Um único que fugiu ao padrão foi encarado como um ser alienígena.”
O Alfredinho se orgulha sempre de todas as suas posições. Um beijo gostoso.
Precisamos de você, continue!
Muito bom!!! Continue! É preciso!!!
Parabéns, texto maravilhoso.
Estou impressionado e, quem me conhece sabe que, partindo de mim, isto não é pouca coisa.
Perfeito!!!
Entrei no teu blog por indicação do “Coleguinhas” via Nassif-GGN. Dei de cara com um tocante texto sobre o Vitorino Chermont, e passei a entender porque o Flamengo batizou uma sala com seu nome. Além de ser rubro-negro, ele era a favor da inclusão social e da harmonia. Pelo que li, parece ter sido mesmo uma grande figura, deixará saudade entre os amigos.
Quanto a esta resposta a esta dondoca, acho que você perde tempo, pois este pessoal não passa de zumbi globotomizado, apesar da matéria ser um bom depoimento sobre os intestinos do nosso PIG.
Abração!
Eu quero é tomar uma na barraca do Agnaldo contigo! kkkkkkkkkkkkkkk
Forte abraço!
É bom ter você de volta!
Que texto brilhante, mantenha-se firme e na resistência precisamos de pessoas como você.
Incrível, Lúcio! Nós os progressistas precisamos criar redes alternativas para abastecer e defender jornalistas como você!!!
Bravo!Bravissimo!
Um texto papo reto com afeto,kkk até rimou.De fato estamos vivendo tempos de Piovanismo, de Susanismo de Frotismo e tantos outros que estão precisando se interessar um pouco pela história do Brasil.Se lessem seu texto já seria um bom começo.
Só uma ressalva. Na verdade, dúvida. Quando você fala do Merval, entendo que diz que é herói quem o lê, correto? Então, no caso, seria heroína, não? Ou eu que entendi errado e você está chamando-o de herói? De qualquer forma, ótimo texto.
Já tinha lido. Voltei a ler. Como devemos fazer com os grandes textos – aqueles que, por incrível que pareça, ficam cada vez mais atuais. Devidamente guardado ao lado de outras obras do Geneton.
Genial ein… é uma sacanagem o tão bem que você escreve, homem!
Solta esse livro para a gente aí
Boa noite, Lucio. Leio sempre suas reportagens e colunas. Jamais comentei. Tenho um enorme respeito pelo profissional que é, e o quanto faz falta num espaço maior da mídia. Escrevo aqui da sala de aula, momento antes de começar a peleja, num curso de jornalismo. Curso este influenciado por quase todos da espn. Pois eu só assistia vocês, na verdade: assistia antes de você chegar. No entanto, não assisto nenhum mais. Venho me perguntando porque ainda venho às aulas, porque ainda pago a faculdade todo mês. Eu tento entender todo dinamismo do atual jornalismo, dos programas engraçados e tudo mais. Não consigo entender a falta de reportagens, das denúncias que deveriam existir, afinal, se um clube aumenta sua divida em 200/300/400 milhões, alguma coisa aconteceu nesse período. E me pergunto novamente, por que não tem nada a respeito? Por que os jornalistas querem ser mais importante que a pauta? O futebol e outros esportes parece que anda as mil maravilhas. Até você chegar e bombardear a cada reportagem. Mesmo desacreditado de tudo no jornalismo, seguirei tentando. Mesmo desanimado, ao menos, tentarei, ainda na faculdade, criar debates para que possamos mudar o que se vê. No mais, obrigado por ser quem tu és. Mesmo sendo contrário seu posicionamento político, eu sei que posso delegar sua isenção em todas pautas suas. Obrigado.
Grande Lúcio!!! Como é bom ler seus textos!!! Obrigado por mais um brilhante texto!!!
Parabéns Lúcio!!
Esse cara com uma equipe e com estrutura faria misérias no jornalismo brasileiro. Talento não lhe falta.
Muito obrigado por este texto
Cacilda, que texto magnifico!!! Instrutivo e obrigatório, deveria ser estudado nas escolas pra molecada já aprender como funciona a boa e a má imprensa – e como e por quê o “quarto poder” derruba governos incômodos e mantém governo fascista – se for “de casa”. Lamento que gente da laia Luana Barbie-Fascista não tenha nem condições mentais e muito menos VONTADE de ler. Deveria ser lido e estudado nas escolas, no ginásio, pra que a gente APRENDA de uma vez e pare de passar vergonha, pra gente não tornar a ver “cidadãos de bem” (ugh) vestidos de patinho amarelo batendo panela e xingando uma senhora de vaca por ter “subido a gasolina” (vixe)…