Categoria: Opinião

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Carta aberta de Isabel do Vôlei para Bolsonaro

Meu nome é Isabel, joguei vôlei na seleção brasileira, representei o Brasil por muitos anos. Resolvi escrever essa carta aberta, não para falar de esporte, mas para falar da cultura, porque acredito que só pude ser a jogadora que fui e a pessoa que sou graças aos filmes que vi, aos livros que li, às músicas que ouvi, às histórias que minha avó me contava. Minha mãe era professora e escritora, amava os livros, adorava música, e foi ela quem me apresentou a Chico Buarque, Caetano, Cartola, Luiz Melodia, entre tantos grandes compositores brasileiros. Lembro, quando chegava do treino muito cansada, que me deitava no sofá e ela me falava dos poetas que amava: Bandeira, Joao Cabral, Cecília Meirelles, Drummond…. Hoje tenho certeza que aquela atmosfera foi muito importante na minha formação.

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Sobre Stuart Angel, a nota do Flamengo e uma breve história de Elke Maravilha republicada

Stuart Angel foi amarrado a um carro e arrastado pelo pátio da Base Aérea do Galeão, dependência da Aeronáutica. Entre risadas, interrogatório e espancamento, seus algozes, agentes do estado a serviço da ditadura, depois do suplício de arrastá-lo com o veículo, enfiavam a boca do jovem, então com 25 anos, no cano de descarga. A cena foi testemunhada por outros presos de suas celas e fartamente documentada.

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O capitão é herói maior desse país

Toda vez é assim. Nos primeiros acordes, nos primeiros versos…já conheço aquele nó.

Vai do “Brasil, meu nego…”, passa pelo chamado da luta onde a gente se encontra, chega até esse querer pelo país que não tá no retrato.

E vai explodir nos que foram de aço nos anos de chumbo.

O primeiro pensamento tem sempre dono quando chega aí.

Depois vem outros tantos.

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Texto de 18/2/2011: “A maior revolução do futebol está no Uruguai”

Já tem sete anos. Seis dias antes de escrever o texto abaixo, publicado em 18 de fevereiro de 2011, o Uruguai tinha acabado de ser goleado pelo Brasil na final do Sul-Americano sub-20 por 6 x 0, três gols de Lucas, dois de Neymar e um de Danilo. Com a certeza de que o resultado ali pouco importava, escrevi o texto abaixo. Nessa era de ódio e haters, obviamente apareceu um monte de comentário debochado. Depois de um saco desses de 6 x 0, escrever algo com o título “A maior revolução do futebol atual está no Uruguai” é pedir mesmo as pedras. Mas quando se tem convicção e opiniões estão construídas em cima de apuração, não importa o que vem do outro lado. E o tempo acaba sendo senhor da razão.

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25 de junho de 1978: há quarenta anos uma final de Copa era jogada a poucos metros de um campo de concentração

Algemada e sob o olhar de suas companheiras e de seus algozes, Loli cruzou toda a extensão do campo de concentração da ESMA (Escuela Superior de Mecánica de la Armada). Corria o ano de 1978. Quarenta anos completos nesse 2018. Já vai longe no tempo mas quem viveu aquele horror lembra de cada passo.

A cena não poderia ser contada com mais exatidão e uma imensa trágica beleza por uma sobrevivente do genocídio ocorrido na Argentina naqueles anos entre 1976 e 1983, quando a mais sangrenta ditadura deste continente se instalou por lá.

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A vitória do México e uma lavanderia chamada futebol

Porfirio Diaz foi mais um entre tantos na triste história latinoamericana a notabilizar-se por características que ainda estão por aí: golpista, entreguista e com nojo das camadas mais populares. Mas nem os piores inimigos podem tirar um mérito: ser o autor de uma das mais espetaculares frases a definir seu país: “Pobre México. Tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos”.

Foi essa proximidade de um vizinho imperialista e sempre ávido a subjugar que fez o México perder terras e ver esses pedaços de pátria anexados a sete estados: Texas, Novo México, Utah, Arizona, Nevada, Califórnia e Colorado. Por ironia, o tirano americano da vez quer aumentar o muro e sem devolução de terras. E no momento protagoniza uma das mais repugnantes e sórdidas práticas da história, separando pais e filhos de imigrantes. Como mexicanos, entro outros tantos pais e filhos do lado de baixo do Rio Bravo sendo separados em boa parte de terra que já foi deles.

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Duas ou três palavras sobre jabuticabas, C-R-O-I-F-E e o “tatiquês” que abunda por aqui na análise do futebol

A maior jabuticaba da história do Brasil tem pronúncia, nome, sobrenome e pedigree dos mais nobres: Johan Cruijff.

De uso recorrente para nomear o que só existe por aqui, a pequenina fruta costuma batizar golpes, leis estapafúrdias e afins, só vigentes na terra brasilis.

Embora sabidamente holandês, foi por aqui que o mais famoso número 14 da história do futebol mundial ganhou algo que só existe por essas bandas. Uma verdadeira e inacreditável jabuticaba: de maneira unânime seu nome é pronunciado nesta parte do globo com uma sonora letra “O”.

Não há outro lugar do planeta em que se cometa tal desatino. Em que se tenha frutificado tamanha jabuticaba.
“C-R-O-I-F-E” se diz orgulhosamente no país das tomadas de três pinos. E do “Johan C-R-O-I-F-E”.

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De guarda alta. Assim vai Bebeto. O cara que deixou o maior número de comentários nesta Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo

De guarda alta até o último dia. É a melhor imagem que tenho de Bebeto de Freitas nesse momento.

Muitos Bebetos podem ser exaltados e lembrados nesse momento.

O revolucionário do vôlei, a quem a modalidade deve e muito, muito mesmo, pela sua inquietude, capaz de mudar o curso da história e forjar a “Geração de Prata”, semente de tudo o que está aí. Ao lado de seu irmão de alma, inquieto como ele, Jorge Barros. O presidente que tirou o Botafogo do buraco. O multicampeão, o que é motivo de exaltação sempre.

Nada disso me ocorre agora. Afinal, técnicos brilhantes existem alguns por aí.

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Muito se fala novamente sobre a intervenção no Haiti. Que tal ouvir o “outro lado”?

Mais uma vez o Haiti.
Lembrado apenas quando há algum interesse em jogo, o Haiti está novamente nas bocas. Bastou o marqueteiro do Temer botar na rua a intervenção (sim, chegamos a esse dia em que uma intervenção militar é tramada pelo marqueteiro) que o país passou a ser evocado. Como exemplo de sucesso em uma intervenção militar.

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General que defende eliminação de pessoas por “intenções hostis” foi executivo da confiança de Nuzman até a prisão do dirigente por corrupção

Rio de Janeiro, 19 de maio de 2010.
Um tiro matou Hélio Riberio, morador das cercanias do Morro do Andaraí. Seu crime: fazia reparos na janela de casa com uma furadeira elétrica. Ao ver a cena, um policial do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), não teve dúvidas: fuzilou o homem em seus 46 anos de vida.
O batalhão fazia uma operação na favela, em busca de bandidos vindo do Borel, ali perto. O capitão Ivan Blaz, então no comando do BOPE e agora comandante da Polícia Militar do estado, explicou o motivo: “o cidadão apareceu na janela com o equipamento”. Na nota da polícia, a explicação de que Hélio Ribeiro foi confundido com um traficante armado.

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